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capital humano

21/05/2008


Desemprego entre jovens é 3,5 vezes o dos adultos

 

Entre dez países, Brasil é o que tem a maior proporção de jovens entre os desempregados

Estudo do Ipea mostra que melhora no mercado de trabalho nos últimos anos foi menor entre aqueles que têm entre 15 e 24 anos


A taxa de desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é 3,5 vezes a dos adultos, revela estudo divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A publicação mostra que o Brasil lidera o ranking de maior proporção de jovens entre os desempregados em uma lista de dez países, que inclui Argentina, México, Alemanha, Espanha, Itália, França, Grã-Bretanha, Suécia e Estados Unidos.

Em 2005, os jovens representavam 46,6% do total de desempregados, um patamar superior ao de países como México (40,4%) e Argentina (39,6%). Segundo o estudo, não apenas a taxa de desemprego dos jovens no Brasil cresceu ao longo dos últimos 15 anos como ainda avançou mais do que a taxa de desemprego dos trabalhadores adultos.

"Os jovens representam uma proporção cada vez maior dos desempregados", diz o estudo.

De acordo com Roberto Gonzalez, pesquisador do Ipea, uma das hipóteses que justificam a maior dificuldade dos jovens para ingressar no mercado de trabalho é o preconceito das empresas em relação aos trabalhadores menos experientes. "O mercado de trabalho melhorou no Brasil nos últimos anos, mas a melhora foi menor entre os mais jovens, o que justifica a necessidade de políticas públicas para tentar assegurar o lugar desses trabalhadores no mercado", disse.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) corroboram a percepção de que, de fato, ficou mais difícil para o jovem de 15 a 24 anos encontrar trabalho.

Segundo Cimar Pereira, gerente da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), a participação dos jovens no total de desempregados nas seis maiores regiões metropolitanas do país passou de 45,7% em março de 2002 para 46,8% em março deste ano. Em março de 2002, 22,9% da população em idade ativa tinha de 15 a 24 anos. Em março deste ano, esse patamar caiu para 19,4%. "Houve um aumento claro da desocupação nessa faixa etária", resume.

O desemprego entre jovens não é um problema restrito ao Brasil. Nos países europeus, a taxa de desemprego dos jovens começou a crescer nos anos 1980. Nos anos recentes tem havido uma pequena reversão desse fenômeno, motivada tanto pelo menor desemprego juvenil como pela redução da população economicamente ativa nestes países.

Para o Ipea, a demissão dos trabalhadores mais jovens é de menor custo em razão do valor das indenizações. Além disso, são normalmente menos experientes e considerados "menos essenciais" para as empresas. Há também aspectos como a alta rotatividade característica dessa etapa da carreira.

"Como o jovem, por definição, está tendo suas primeiras experiências no mundo do trabalho, seria "normal" que ele circulasse por vários empregos como forma de acumular conhecimentos e experiência, supondo-se que mais tarde isso contribuiria para ele estabilizar-se em uma ocupação determinada", afirma o estudo.

Para Lígia Cesar, da MCM Consultores, um dos fatores que dificultam a entrada dos jovens no mercado é a rigidez das leis. "Isso prejudica o acesso do trabalhador com menos experiência. Do ponto de vista do empregador, ele tem de arcar com um custo alto para contratar alguém com menos experiência do que os demais."

A taxa de desemprego entre os jovens no Brasil foi estimada pelo Ipea em 19% em 2005, um patamar superior ao de anos anteriores. Em 2000, o percentual era de 18% e, em 1995, de 11%. Segundo o Ipea, a alta taxa de desemprego mesmo na faixa abaixo de 17 anos indica que grande parte das famílias não tem meios de manter os jovens fora do mercado de trabalho até a conclusão do ensino médio.
"O que acontece para a maioria dos jovens de famílias trabalhadoras e de baixa renda é que eles ficam circulando entre ocupações de curta duração e baixa remuneração, muitas vezes no mercado informal. Além de não favorecer a conclusão da educação básica, essa experiência é, na maior parte das vezes, avaliada negativamente pelos empregadores."

O estudo conclui que políticas de emprego não devem apenas ser julgadas pela capacidade de colocar o jovem em um posto de trabalho, mas devem também avaliar até que ponto a experiência de trabalho permite adquirir novos conhecimentos. "É fundamental que políticas de emprego desenvolvam estratégias destinadas a romper, e não a reforçar, as barreiras sociais que se colocam frente a estes jovens", diz.


Antônio Góis
Janaina Lage
Folha de S.Paulo

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