Envie sua opinião


GD- Jornalismo Comunitário

mais são paulo

Guia de banheiros ajuda paulistano a driblar aperto


Jornalismo Comunitário - Site GD

carta cbn

"Quero levantar a minha indignação quando você fala que tem empregos bons no Brasil. É mentira!"
Ivair Cypriano

"A educação avança a que custo."
Von Norden



 

 

capital humano

31/10/2007


Apagão de mão-de-obra

 

A retomada do crescimento econômico trouxe de volta o velho problema da escassez de profissionais qualificados no mercado de trabalho. Os setores mais atingidos são os que estão com demanda aquecida, como as indústrias de petróleo, mineração, material de transporte, tecnologia da informação, confecções e varejo. Também falta mão-de-obra especializada no agribusiness, principalmente no setor sucroalcooleiro. Segundo recente pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), muitas das empresas desses setores, que criaram centenas de novas vagas nos últimos meses, não estão encontrando trabalhadores preparados para ocupá-las.

Só a catarinense WEG, uma das maiores fábricas de motores elétricos industriais do País, que já contratou 3,5 mil profissionais este ano, permanece com 500 vagas abertas. Nos setores de mineração e de equipamentos de transportes pesados, tornaram-se freqüentes as investidas da Caterpillar e da Volvo para atrair técnicos da Vale do Rio Doce. Por sua vez, esta empresa criou uma universidade corporativa para treinar a mão-de-obra de que necessita. A estratégia da indústria automobilística, que a partir de 2007 passou a trabalhar em três turnos, foi contratar metalúrgicos aposentados.

Para reter trabalhadores especializados, segundo a CNI, as grandes empresas aumentaram os salários e ampliaram a concessão de benefícios. Outras criaram programas de qualificação e treinamento com recursos próprios. Mas, como os candidatos são egressos da rede pública de ensino fundamental, eles chegam com formação deficiente, sem conhecimento mínimo de português e matemática para acompanhar as aulas. Nas escolas do Sesi e do Senac, os formandos são disputados pelas empresas.

O maior problema é a escassez de operários altamente especializados. Mas muitas empresas também têm dificuldades para contratar profissional de nível superior, especialmente geólogos e engenheiros. Para atender à demanda, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pretende abrir, nos próximos dois anos, 700 novas vagas em seus cursos de engenharia. Outras universidades públicas têm planos semelhantes. “Um engenheiro no setor de construção civil é mosca branca, de tão raro”, diz a gerente de atendimento do Centro de Apoio ao Trabalho da Prefeitura de São Paulo, Izilda Leal Borges.

Essa iniciativa, contudo, não eliminará o risco de um “apagão de mão-de-obra”. Para os quatro grandes projetos de usinas siderúrgicas que deverão sair do papel nos próximos anos até 2010, a estimativa é de que será necessária a contratação de 1,6 mil engenheiros. “A demanda é bem maior que a capacidade de formação das escolas”, diz o diretor da Escola Politécnica da UFRJ, Erickson Almendra. E, se o País obtiver o investment grade, afirma a CNI, a demanda de profissionais qualificados aumentará ainda mais.

Para enfrentar o problema, o Ministério da Educação lançou este ano um ambicioso plano de expansão das escolas técnicas federais. A meta é triplicar até 2010 as vagas oferecidas, passando das atuais 160 mil para 500 mil. E o novo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Márcio Pochmann, também anunciou estudos para aperfeiçoar programas de qualificação e treinamento. “É preciso aproximar as empresas dos centros de formação. Em países como Alemanha e Japão, o governo faz pesquisas que antecipam as demandas futuras de trabalhadores. Aqui, a qualificação é feita pela oferta de cursos, e não pela demanda das empresas”, afirma.

Iniciativas como essa merecem aplauso. Revelam que o governo do presidente Lula finalmente despertou para as prioridades em matéria de educação, após ter perdido tempo e dinheiro, no primeiro mandato, com demagógicas propostas de cotas raciais e de reforma universitária. Com a política adotada - com grande atraso - no segundo mandato, o Brasil poderá sair da situação paradoxal em que se encontra, onde as empresas precisam de trabalhadores, mas não há pessoas preparadas entre os milhões que estão desempregadas.

Editorial
O Estado de S.Paulo.


Link relacionado:

Empresas de TI "exportam" seus talentos brasileiros

Áudio dos comentários

   

nOTÍCIAS ANteriores:
30/10/2007
Jovem usa droga para disfunção erétil sem necessidade
29/10/2007
Aborto legal pode, sim, reduzir crime, diz economista
26/10/2007
Professores de NY vão receber bônus
26/10/2007
Japão destinará 1% a menos por ano para cada universidade pública
26/10/2007
Resultado positivo do setor de alimentos e bebidas alavanca mercado educacional
26/10/2007
São Paulo ganha Observatório da Inovação e Competitividade
25/10/2007 Cabral apóia aborto e diz que favela é "fábrica de marginal"
24/10/2007 Até Chicago quer medir os investimentos em pessoas
24/10/2007 Alemanha cria calendário com mulheres sensuais para atrair jovens para
o campo

24/10/2007
Cidade americana oferece pílula para crianças de 11 anos
Mais matéria