Entre motos
e automóveis, a cidade de São Paulo ganha, por
ano, 317.550 novos veículos, segundo reportagem do
jornal o "Estado de S.Paulo". São mais de
820 por dia. Esse ritmo está levando alguns especialistas
a perguntar se, por causa do aumento contínuo, a cidade
não vai se tornar, em futuro breve, uma nova Vila Parisi,
a área conhecida como Vale da Morte, em Cubatão.
Essa é uma das reflexões nesta semana em que
a população se mobiliza em favor do Dia Sem
Carro.
Com a redução dos preços dos automóveis,
um maior acesso ao crédito e a queda dos juros, São
Paulo, que já tem cadastrados mais de 5 milhões
de carros --sem contar os veículos que vêm dos
municípios vizinhos--, corre o risco de tornar sua
mobilidade cada vez mais insuportável, não só
prejudicando a saúde e a qualidade de vida mas afastando
investimentos. Técnicos estão prevendo o apagão
do trânsito.
Por medo de perder votos, os políticos locais se recusam
a falar em pedágio urbano e até mesmo na ampliação
do rodízio. O pedágio vem se mostrando, em todo
o mundo, como uma saída para tirar os carros da ruas
e financiar o transporte público.
Alguém (e não há ninguém, por
enquanto, à vista) terá de ser corajoso o suficiente
(e pensar na cidade acima de sua eleição) para
enfrentar esse colapso, limitando a circulação
de automóveis. Vai apanhar muito, mas, certamente,
estará entre os estadistas paulistanos.
É apenas uma questão de tempo. O rodízio
teve impacto negativo quando foi criado, mas hoje seria uma
insanidade pensar em eliminá-lo.
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Coluna
originalmente publicada na Folha Online,
editoria Pensata.
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