Nação
idiota é aquela em que os alunos saem da escola sem
aprender a ler e escrever direito. Não há civilidade
democrática que se construa a partir disso. Nesse sentido,
somos uma nação idiotizada --e vamos ser por
muito tempo. Há, porém, motivos para celebração,
como este plano anunciado pelo governo federal para estimular
a formação do professor.
O que se pretende é aprimorar a seleção
de professor , além de aumentar a oferta e melhorar
a qualidade dos cursos de formação nas universidades.
É algo que vai ao encontro do anúncio do governo
de São Paulo de obrigatoriedade de um curso antes de
o professor, já aprovado em concurso, passar mais um
tempo estudando.
Estamos tocando na essência do nosso subdesenvolvimento:
a baixa qualificação dos professores. Isso se
deve a toda uma mobilização, crescente, da sociedade
pelo ensino público. É o avanço político
mais importante do país.
Ainda é apenas o começo. Mas a verdade é
que todas essas ideias só vão mesmo funcionar
quando pudermos atrair os talentos da sociedade para dentro
da escola. Atrair significa a combinação de
salário com reconhecimento social.
Atrair talentos significa que uma comunidade coloca em primeiro
lugar a qualificação de todos os seus integrantes,
e não apenas da elite. A novidade é que nossa
elite econômica não só aceita como se
mobiliza a favor desse princípio tão simples.
Por isso, que a tarefa de melhoria da educação
só é comparável à abolição
da escravatura.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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