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uberlÂndia
01/06/2004
Moradores fabricam tijolo ecológico e diminuem o custo de casas populares

A vila ainda é de barracos, mas a lona começa a ser substituída por paredes de verdade. "Todo mundo está na mesma intenção mim. Todo mundo está querendo ver a casa pronta", disse o desempregado Pedro Rodrigues Pereira.

Em um descampado de um dos bairros mais pobres de Uberlândia, em Minas Gerais, voluntários ensinam os segredos de uma construção compatível com a renda dos moradores do lugar: o tijolo ecológico. Para cada seis latas de terra coloca-se duas de areia, uma de cimento e água até chegar ao ponto ideal para triturar a mistura.
Da máquina de prensar todos os dias saem 800 tijolos que secam na sombra em vez de serem levados para o forno.

"São duas vantagens principais: a não retirada do cerrado para a geração da lenha que vai nos fornos e a argila, que normalmente é retirada do fundo do vale e próximo dos córregos, é tirada da superfície em áreas de colina o que evita a degradação dos vales", explicou o ambialista Sílvio Alves.

Além de não agredir o meio ambiente, é uma técnica que faz a obra ficar mais barata. "Na hora da montagem da casa não se usa reboco, o tijolo é colado um no outro. Não é necessária a pintura da casa, só um verniz", explicou o coordenador do programa Flávio Oliveira.

Para não gastar nem com mão-de-obra, os moradores fazem mutirão na hora de construir as casas nos terrenos doados pela prefeitura. O servente de pedreiro Luiz Silva, que ajudou Maurício, recebe a retribuição pela generosidade.

"É uma sensação muito boa de ter uma moradia da gente e a gente fica feliz. Uma mão lava a outra e um ajudando o outro é melhor", falou o Luiz.

Em um barraco de madeira e de um cômodo só, há três anos, mora uma família. Dois meses atrás, marido e mulher iniciaram uma obra em frente à moradia improvisada. Sozinhos eles fizeram e assentaram todos os tijolos ecológicos. Hoje, falta apenas o telhado para mudarem de casa.

Servente de pedreiro, Darly Bernardes ganha R$ 240 por mês e não vê a hora de pôr os dois filhos e a mulher debaixo do novo teto. "Se fosse para a gente só mesmo poder lutar, poderia ser bem difícil para a gente poder estar passando para dentro do que é da gente, das nossas próprias casas", falou.

Noves casas já foram construídas. Aos poucos, a vila vai ganhando cara de bairro e ruas de nomes sugestivos.

Esse projeto, todo elaborado por voluntários, foi testado e recebeu o aval da Universidade Federal de Uberlândia. As casas de 42 metros quadrados custariam em torno de R$ 10 mil se fossem feitas pelo método tradicional. Usando o tijolinho ecológico, o custo baixa para seis mil reais.

As informações são do site Globo.com.

 
 
 

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