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conquista
17/09/2004

Fundação Orsa comemora 10 anos de ações na área social

A Fundação Orsa, braço social do Grupo Orsa, completa 10 anos de atuação no país com um histórico de conquistas e resultados que se destacam frente aos diversos problemas sociais enfrentados no Brasil. Hoje, a Fundação atende mais de 1 milhão de pessoas em cerca de 70 programas e projetos de educação, saúde e promoção social, que buscam promover a formação integral da criança e do adolescente em situação de risco pessoal e social, com apoio às famílias e às comunidades. Os investimentos nesses 10 anos ultrapassaram os R$ 52 milhões.

A primeira semente para a criação da Fundação foi lançada pelas mãos do empresário e fundador do Grupo Orsa, Sergio Amoroso. Ele conta que a empresa surgiu em 1981 a partir de um pequeno negócio de cartonagem fundado por quatro jovens sem grandes opções profissionais e que desejavam fazer algo a mais na sua vida para uma realização pessoal. Aos 36 anos de idade, e tendo alcançado um resultado profissional muito melhor do que tinha imaginado, decidiu então iniciar o projeto social. Depois de dois anos de embates internos e planejamento, nascia assim a Fundação Orsa. "Não imaginava que a Fundação fosse um elemento tão forte para entender nossas fraquezas. Percebi que somos seres humanos limitados", destaca.

Nestes 10 anos de atuação, a Fundação se profissionalizou e novos desafios foram surgindo. No início, a entidade começou a desenvolver seus projetos e apoiar ações de outras organizações. Parcerias surgiram e a proposta foi apostar em idéias que tivessem potencial para influenciar novas ações. Sergio explica que, neste momento, surgiu na Fundação a visão de semente, ou seja, criar programas e desenvolver modelos com potencial de serem replicados como políticas públicas.

"Acreditamos que todo o conhecimento que desenvolvemos temos que pôr à disposição da sociedade para provocar as outras pessoas à ação. Com essa troca, podemos disseminar a prática social e fazer com quem mais pessoas se envolvam", comenta o presidente da entidade, que acredita ser essencial uma postura mais participativa e aberta das organizações, sem a visão de apego aos seus projetos. "Temos que parar de dizer: 'este é o meu projeto', 'está é a minha criança'. Precisamos dizer: 'nosso projeto, nosso resultado'".

A primeira ação da Fundação foi o lançamento do projeto Formação I, na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, dentro do Programa de Inclusão Social e Construção da Cidadania. O projeto tem como principal objetivo oferecer oportunidade para o desenvolvimento social, educacional e emocional de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos de idade, com ênfase na arte-educação, com atividades de música, teatro, dança, desenho, artes plásticas e expressão corporal. O projeto Formação I atua também junto aos familiares, por meio de acompanhamento e encaminhamento. Entre as ações culturais oferecidas, destacam-se a Banda Bate Lata e o Grupo de Dança Popular Fuzuê. Hoje, são 12 projetos de Formação espalhados pelo Brasil.

A partir de então, diversas outras ações passaram a ser desenvolvidas pela entidade em várias áreas. "O nosso foco é o ser humano. A saúde, educação e promoção social são apenas as ferramentas desse processo", comenta Sergio, explicando o porquê da Fundação não ter escolhido apenas uma área para atuar. A educação infantil foi uma das prioridades definidas pela entidade, a fim de suprir a falta de verba para projetos com esse fim, já que a maior parte dos recursos públicos vai para a educação formal. "Muitos problemas que ocorrem na educação formal vem de algo de base. Já foi provado, em diversas pesquisas e estudos, que é nesta fase que a criança se estrutura como ser humano. O resultado vem também depois. Está provado que um dólar investido na educação infantil economiza sete dólares lá para frente", destaca.

Por isso, desde 1998, a Fundação promove o Programa de Formação Continuada de Profissionais de Educação Infantil, em 15 cidades. Até agora, mais de 1500 profissionais foram capacitados. Com duração de três anos, o programa forma profissionais aptos a elaborar, implementar e avaliar projetos pedagógicos coletivos, em parceria com a escola, família e comunidade, direcionados às necessidades e carências de creches e pré-escolas públicas e organizações sociais.

Já o Programa de Gestão Pedagógica para Infância (Progepi), criado em 2001, é desenvolvido em parcerias com as prefeituras de Caraguatatuba (SP), Barueri (SP) e Vitória do Jarí (AP). O Progepi promove projetos técnicos e pedagógicos em Centros de Educação Infantil com o objetivo de promover o desenvolvimento integral das crianças de 0 a 6 anos. A Fundação Orsa é a responsável pela metodologia, que inclui ações estratégicas como construção de projeto pedagógico, oficinas de brinquedos, formação continuada de professores, boletins informativos aos pais, entre outras medidas. Em três anos, o programa beneficiou cerca de 1 milhão de crianças.

Na área de Saúde, a Fundação desenvolve, desde 1996, o Programa Promoção à Nutrição Infantil, que atinge 17 municípios da região sudoeste do Estado de São Paulo e no Vale do Jarí, no Pará. O objetivo é diagnosticar e tratar os distúrbios nutricionais em crianças de zero a 6 de idade, estimulando o aleitamento materno e uma alimentação mais saudável nas famílias e comunidade. Há ainda o Programa Saúde Bucal, que beneficiou, em dois anos de atendimento, mais de 8 mil crianças e adolescentes. A novidade deste ano é a criação da Quimioteca, no hospital do Grupo de Apoio ao Adolescente a Criança com Câncer (GRAAC), em São Paulo. No espaço lúdico, as crianças que estão em tratamento participam de atividades com um grupo de adolescentes contadores de histórias.

Mas o destaque fica por conta do Programa de Disseminação de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso - Método Mãe Canguru. O programa incentiva o aleitamento materno, ganho de peso mais rápido para o bebê prematuro e o fortalecimento de vínculos entre mãe e filho. A proposta alcançou bons resultados e, em parceria com o Ministério da Saúde e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o programa se tornou política pública. Desde 2000, foram atendidas 490 maternidades e mais de 3 mil profissionais da área de Saúde foram capacitados. Há ainda ações de promoção social, como o Programa Criar, que busca resgatar e fortalecer os vínculos familiares das crianças que estiveram em abrigos com sua família de origem ou a substituta, por meio de diversos projetos.

A Fundação busca agora, em parceria com as empresas do Grupo Orsa, traçar um novo modelo de sustentabilidade, a fim de criar novos negócios que busquem também equilibrar o social e o meio ambiente em seus processos. O Programa Geração de Riquezas reúne vários projetos que buscam, justamente, criar oportunidades de desenvolvimento humano e sustentável às comunidades onde a Fundação Orsa está inserida, com foco no desenvolvimento de renda, aptidões, iniciativas individuais e comunitárias.

Um exemplo é o Centro de Oportunidades e Potencialidades Profissionalizantes que oferece aos jovens do Vale do Jari (PA/AP) cursos de manutenção de computadores e marcenaria, para a produção de artefatos e brinquedos pedagógicos com madeiras certificadas. Atualmente, a Fundação está negociando com a empresa Orsa Florestal e a associação formada por estes jovens, a proposta de começar a produzir cadeiras com design e qualidade para serem comercializadas em lojas especializadas.

Outro projeto que vem sendo desenvolvido na região com este enfoque é o plantio e produção da fécula da mandioca, utilizada pelas empresas do Grupo Orsa para fazer cola. A proposta, segundo Sergio, é que a comunidade seja capacitada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), com técnicas adequadas de plantio do produto, e se torne responsável pela fábrica de fécula. Desta forma, a renda das famílias envolvidas no projeto deverá chegar a R$ 900,00. "Ou seja, é possível desenvolver um negócio com retorno financeiro, colaborar com o meio ambiente, tirando a pressão do corte da floresta, já que você gera outras formas de renda a estas pessoas, e ainda ajuda a tirá-las da linha da pobreza", observa.

Ações em parceria
Sergio acredita que, um dos fatores que tem garantido o crescimento da atuação da Fundação no país, e resultados positivos nos programas, é ter o comprometimento das empresas do Grupo Orsa. Desde o início, foi instituído o Recurso Semente, ou seja, uma política de repasse de verbas em que todas as indústrias do grupo destinam 1% do seu faturamento bruto à entidade. O presidente da Fundação e do Grupo Orsa ressalta que, mesmo em anos de prejuízo, a porcentagem das doações foi mantida.

"Essa oportunidade nos permite fazer planejamento de médio e longo prazo, o que com certeza torna maior o sucesso das ações. Por isso, as organizações que estão ligadas a grupos com a filosofia e comprometimento como o nosso precisam ser essencialmente profissionais. Elas são obrigadas a ter sucesso", aponta Sergio Amoroso, destacando a necessidade de profissionalização para as organizações não-governamentais. "Elas precisam entender que esse é também um negócio e devem, portanto, se estruturar como tal".

As parcerias também fazem parte do planejamento estratégico da entidade. O presidente da Fundação acredita que, para um projeto social ter sucesso, são necessárias a participação e a parceria do governo a fim de que esta ação gere uma política pública efetiva. "Se não tiver esse apoio e este resultado final, não irá resolver o problema. É o governo quem tem o grande poder de gerar escala. Mas a sociedade tem que se unir. Acredito que temos que trabalhar todos juntos, pois as organizações não são substitutas do poder público, mas sim vêm somar e complementar as ações", acredita. Neste contexto, Sergio aponta como essencial o envolvimento do empresariado em fóruns de discussões e debates sobre o processo social para motivar o setor público a pensar nestas questões.

No entanto, o presidente da Fundação observa ainda que existem alguns embates neste processo de aproximação com o governo. Sergio destaca que a orientação política de que o governo é quem deve fazer, dificulta o estabelecimento de parcerias. Para ele o processo decisório é ainda muito moroso e com diversas discussões e rediscussões antes de se chegar num consenso comum. "Muito pouco foi feito ainda pelo social", completa. Na cidade de São Paulo, esta relação entre Fundação e poder público tem sido mais próxima e já gerou alguns projetos, como o levantamento sobre os abrigos da cidade, lembra o empresário.

Festa - Para comemorar o aniversário de 10 anos de trabalho, a Fundação promoveu um show, no dia 14 de setembro, no dia no Sesc Pompéia, em São Paulo, com a presença da Banda Bate Lata e os cantores Chico César, Lenine e Moska.

Fundação Orsa
Endereço: Av. Dep. Emílio Carlos, nº 821, Carapicuíba, São Paulo
Telefone: (11) 4182-8880
E-mail:fundorsa@fundacaoorsa.org.br
Site: www.fundacaoorsa.org.br


DANIELE PRÓSPERO
do site setor3

 
 
 

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