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biblioteca comunitária
04/10/2005
Ruy Ohtake Cria Biblioteca Comunitária em Heliopólis

Erika Vieira

Paredes coloridas, almofadas no chão, prateleiras cheias de gibi e livro infantil são elementos perfeitos para que as crianças saiam de suas casa e vão fazer a tarefa escolar no ambiente descontraído da Biblioteca Comunitária UNAS Heliopólis.

Desenvolvida para atender a comunidade, a biblioteca faz parte do programa “Identidade Cultural de Heliopólis”, idealizado pelo arquiteto Ruy Ohtake. Para isso, ele contou com o apoio da bibliotecária Elisa Machado, do professor José Castilho, ex-diretor da Biblioteca Municipal de São Paulo e do professor e critico literário Antônio Cândido.

“Espero que seja o ponto de cultura de Heliopólis, de subsidio pedagógico, cultural e social para os projetos de cultura já existentes. Só tem sentido se a biblioteca for fomentadora de projetos já existentes em Heliopólis”, declara Elisa Machado. Ruy Ohtake conta que criou pensando na formação do jovem que será o futuro líder da comunidade e precisa estar mais sensível aos acontecimentos do mundo. “Quero que a biblioteca seja o ponto de convergência para quando o garoto, o adolescente e o adulto irem procurar um livro, uma revista, emprego. Seja um ponto de ventilação das idéias, vendo o que está acontecendo dentro e fora de Heliopólis pelo jornal”, diz. O resgate da identidade Cultural de Heliopólis é o primeiro passo para a inclusão espacial -fazer com que a comunidade seja um bairro.

Inaugurada no começo do mês a biblioteca já disponibiliza cerca de 1700 livros, dos mais variados títulos como Shakespeare, Luis Fernando Veríssimo, Jorge Amado, Eça de Queiroz, Mario Prata, Ariano Suassuna, Agatha Chirstie, além de livros de legislação, direito, artes, humor entre outros. Os grandes clássicos também dividem espaço com revistas, jornais e diversos periódicos. “Tomamos o cuidado com o público, de suprirmos a demanda da comunidade colocando também jornal com classificados para os desempregados”, explica Elisa.

A fundamental importância da construção é que fosse dentro das ruelas da favela, ao lado do boteco e da lojinha, no local em que o adulto e a criança passam, para isso, foi reformada duas casinhas na rua da mina, região central de Heliopólis, esclarece Ohtake. A proximidade é um dos elementos que ajudou a população, “as bibliotecas que existem por aqui são muito longe, leva uma meia hora para chegar”, fala Felipe Garcia, 18 anos, um dos monitores da biblioteca.

Os funcionários também são da comunidade, no total de cinco monitores, estudantes do ensino médio que recebem bolsa-auxilio de um salário mínimo pela Lei do Aprendiz. Eles estão sendo capacitados para autogerirem o espaço. “Espero que a biblioteca resgate o pessoal para dentro desse ambiente, porque a gente já não tem muito no que se apegar”, diz o monitor José Augusto de Oliveira, 18 anos.

Há planos para que o ambiente cultural se integre ainda mais com a comunidade, escritores, poetas e artistas locais irão promover leitura nas ruas. Os moradores também iram sugerir as novas aquisições de livros, com base no gosto literário deles. A Biblioteca Comunitária de UNAS está servindo de referência para estudiosos de outros paises. Professores de Madri, Barcelona, e um grupo de franceses já visitaram o local.

 
 
 

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