FOTOGRAFE SP
29/05/2008
 
   
 
Orgulho Gay

A coisa começou com uma revolta no Stonewall Inn, um bar gay na Christopher Street, em Nova York, no dia 27 de junho de 1969. O espírito daquela revolta se tornou, primeiro, o dia da marcha da libertação gay de Christopher Street, e, enfim, hoje, um evento compartilhado por dezenas de milhões, a cada ano, pelo mundo afora.

Os símbolos mais populares do orgulho gay são a bandeira arco-íris e a letra grega Lambda, que eventualmente se converteu na letra “L” do alfabeto romano. Não há definição sobre sua significação, mas todos concordam no que concerne à sua função. O lambda (ou “L”) se tornou uma maneira de os membros da comunidade gay se reconhecerem mutuamente. Os intolerantes podiam facilmente pensar que a letra fosse o símbolo de uma confraria universitária, por exemplo.

Nos anos 1980, o movimento gay passou por uma transformação decisiva e adotou, progressivamente, uma imagem menos radical. Aos poucos, as paradas tiraram de seu nome as palavras “libertação” e “liberdade”. Sobrou a idéia do “orgulho gay”. A provocação e mesmo a extravagância se amenizaram, ampliando o público possível.

A parada do orgulho gay deste ano, em São Paulo, provou que alguns estereótipos que ainda prosperam, claro, são enganosos. Salvo pelas brincadeiras um pouco ousadas de poucos casais e pelo uso da rua como mictório (nada mais do que em qualquer carnaval, aliás), o evento foi totalmente bem comportado, aceitável para todos os públicos. Me prometeram que assistiria a não sei qual decadência, que veria as cenas mais chocantes, sem contar assaltos e roubos. A realidade foi outra. Pois é, o preconceito e os estereótipos dos que me disseram para tomar cuidado, eles sim, continuam fortes.

A popularidade crescente transformou a Parada num evento cultural para ser compartilhado por todos e não só por excluídos. Gays ou heterossexuais, esse é o dia em que todos podem celebrar o direito de seguir sua tendência sexual, o direito de ser quem eles são.

O público foi heterogêneo, respondendo à razão de ser do evento: combater a ignorância para fugir da intolerância. Desse ponto de vista, a parada, na verdade brilhou como nunca.

  Maximilien Calligaris maximilien@gdimen.com.br
 
   
 
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