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Lula
é um espetáculo
O presidente Lula disse, solenemente, que
começa hoje -nem mais nem menos, mas hoje - o "espetáculo
do crescimento". A garantia mostra como o Banco Central
está profundamente desinformado: afinal, acaba de divulgar
que o crescimento econômico desse ano deve ser menor
do que o previsto, atingindo um escasso 1,5% do PIB.
Curioso é que Lula fixou data para
o início do espetáculo e não fez por
menos, não pediu paciência, anunciou o início
da redenção para já. Até para
um candidato tal promessa seria complicada, imagine para um
presidente, que será obrigado, desnecessariamente,
a dar explicações para o erro da previsão.
Sem grandes notícias para dar e, em
meio à crescente desemprego, Lula enveredou por um
caminho perigoso: ele próprio ser o espetáculo
de otimismo. Fala sem parar e, na maioria das vezes, de improviso,
prestando-se como um animador, muitas vezes como se estivesse
diante de crianças.
O risco do político-espetáculo
é transformar a palavra em pó, comprometendo
a credibilidade presidencial. Lula deveria se lembrar de uma
de suas frases de que bravatas são um direito da oposição,
e não do governo.
Talvez o presidente, na sua inexperiência,
ainda esteja inebriado com os aplausos nas ruas e a bajulação
palaciana --coisas que, com o desgaste da confiança,
viram, como as palavras, pó.
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