Universidade
gratuita é privilégio
Num país gasta menos de R$ 500 por ano a um estudante
de ensino fundamental público, os R$ 1,5 mil mensais
destinados a um estudante da universidade pública constituem-se
num privilégio.
Não consigo entender como setores que se imaginam
progressistas não conseguem enxergar essa obviedade.
Se a universidade pública tem problemas de financiamento
- e ninguém aguenta pagar mais impostos e não
se vai tirar dinheiro do ensino básico - uma das alternativas,
entre tantas, é tirar dinheiro de quem pode pagar.
E, aliás, já pagava, quando estava em escolas
privadas. E caras.
O ministro Cristovam Buarque raspou no assunto, ao defender
a proposta, em tramitação no Congresso, de que
os alunos formados em universidades pública tenham
um desconto diferenciado, quando estiverem trabalhando.
Mais cedo ou mais tarde, premida pela falta de verbas, as
universidades públicas terão que passar por
cima de pruridos ideológicos e conveniências
corporativas, e fazer com que a classe média financie
o privilégio do ensino superior gratuito.
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