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Pedagogia
da histeria
A economia
continuou ontem dando boas notícias e já se
fala que, talvez, o dólar fique abaixo ou próximo
dos R 3,00 até o final do ano. Anunciaram-se também
ótimas notícias no comércio exterior.
Passamos muito tempo sendo bombardeados pelo mercado (e pagamos
um preço caro por isso), com suas projeções
do caos - e todos já sabem que se o PT não for
seduzido por alguma maluquice populista, conseguirá,
a médio prazo, estimular o crescimento.
A lição
que devemos tirar é a seguinte: o mercado é
movido a curto prazo e à especulação.
Ficou tão forte, tão presente na mídia,
contratando tantos analistas nas mais variadas esferas, inclusive
político, que se tornou ainda mais difícil diferenciar
o essencial do passageiro. Bastava um bobalhão estrangeiro
desinformado falar algo sobre o futuro do Brasil para ficarmos
tensos; afinal, mexia nos mercados internacionais.
Nós,
dos meios de comunicação, não estávamos
preparados para enfrentar os novos poderes de opinião
do mercado e acabamos reproduzindo, em maior ou menor grau,
a histeria. E geravam-se notícias de verdade a partir
dela, com o dólar subindo e a bolsa despencando. Mais
gente, com base nas expectativas, mandavam dinheiro para fora
do país.
A pedagogia
da histeria é das boas lições que vamos
ter de aprender para proteger melhor nossos leitores.
As boas
notícias servem, porém, como aviso: eventuais
bravatas serão punidas com a histeria.
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