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Rico também passa muita fome

Ao fazer do combate à subnutrição a marca registrada de seu primeiro ano de governo, Lula lançou uma questão simples e decisiva: quem passa fome no Brasil? Essa discussão está povoando o debate com os números mais díspares. Daí se vê a dificuldade de enfrentar com seriedade esse crônico problema nacional.

O PT falou, inicialmente, em 44 milhões de pessoas que passariam fome. Um óbvio exagero, que exigiria um programa gigantesco. Calcula-se aqui a renda das famílias; se a renda é baixa, imagina-se que falta comida.

Especialistas dizem, porém, que a forma de medir a subnutrição é pela magreza e baixa estatura dos indivíduos (critério antropométrico) _ e alertam que pode-se obter alimento das mais variadas maneiras, plantando no fundo de quintal, pescando no rio, pedindo comida nas casas, frequentando entidades assistenciais. Pelo chamado critério antropométrico, apenas 4% da população passa fome, cerca de 7 milhões de pessoas. Não é pouco, claro, mas é bem menos do que os 44 milhões.

Por mais estranho que pareça, no Brasil passa fome mesmo quem é extremamente pobre e quem, por questões estéticas (em sua maioria abastados), faz regime.

Falar tão genericamente sobre a fome, sem critérios científicos, incluindo 44 milhões de pessoas, é capaz de produzir as mais graves distorções em políticas públicas _e até a eventual bobagem de quem queira classificar a dondoca na lista das subnutridas.

 
 
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