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Lula,
PT e os homossexuais
Na entrevista
publicada ontem pela Folha, o empresário José
Alencar, cobiçado por Lula para ser vice em sua chapa
presidencial, mostrou-se desconfortável com a defesa
do PT à união civil de pessoas do mesmo sexo.
Justificou: "O homossexualismo é uma forma de
violência à natureza humana".
Traduzindo,
o senador disse, em essência, que os homossexuais são
uma distorção humana, vítimas de uma
doença. Tal declaração, um primor de
desrespeito à diversidade, atiçou ainda mais
o debate interno do PT sobre os limites éticos e morais
das alianças do partido. Como colocar num mesmo palanque
Marta Suplicy, uma ferrenha defensora da agenda gay, e José
Alencar?
A questão
em discussão é se Lula está fazendo o
que tem de fazer -sem alianças, afinal, a derrota é
inevitável- ou se, para vencer, o PT estaria deixando
de ser PT? Afinal, naquela entrevista, José Alencar,
além de mostrar preconceito aos homossexuais, atacou
o MST e defendeu a política econômica do governo,
ao elogiar o presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Vale a
pena vencer a qualquer custo? Ou esse é o custo inexorável
de vencer, como bem mostrou FHC ao se aliar com as forças
mais atrasadas do país? Seria justo condenar Lula a
ser um eterno candidato derrotado?
Aquilo
que alguns chamam de pragmatismo moderado, outros apontam
como traição. O problema é que, até
esse momento, Lula nem ganhou o apoio da direita, como demonstram
as pesquisas divulgadas nos últimos dias -e, pelo jeito,
está perdendo sustentação à esquerda.
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