Sem
emprego, profissionais voltam a prestar concursos públicos
Os concursos públicos podem ser comparados
aos vestibulares para as universidades mais concorridas do País.
Numa disputa para 600 vagas de policial rodoviário federal,
no ano passado, havia mais de 543 mil inscritos - quase mil candidatos
para um posto de trabalho. Outra multidão de candidatos a
gari no Rio chamou a atenção do País, quando
30 mil pessoas, quase todos desempregados, estavam em busca de 1.500
vagas no serviço municipal.
Esses concursos públicos mostram um retrato
mais nítido do desemprego no País. Cada vez mais trabalhadores
querem ter como patrão os governos federal, estaduais ou
municipais. O próximo concurso, cujo edital deve sair neste
mês, vai oferecer 2.200 vagas e pode chegar ao recorde de
1 milhão de concorrentes, ultrapassando os 567 mil que, neste
ano, disputaram 2.275 vagas de técnico previdenciário.
Nas salas de escolas preparatórias para concursos,
os desempregados são maioria, assim como os casos de preconceito
no setor privado. Idade é outro problema. Para o diretor
de Recursos Humanos da Central dos Concursos, José Luis Romero
Balbeta, o emprego público se tornou a melhor opção
no momento. "A pessoa vai para a iniciativa privada, é
demitida e tenta montar um negócio. Quebra a cara, porque
não tem preparo, e aí pensa no setor público,
quando a auto-estima está totalmente em baixa", explica.
Os números comprovam o despreparo da maioria
dos candidatos e, como nos vestibulares, é preciso muito
esforço para ser aprovado. Entre 20% e 30% dos inscritos
sequer fazem o teste. Do restante, cerca de 10% têm chances
reais de aprovação.
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