Nova
pesquisa do IBGE eleva desemprego para 10,9% em SP
A nova Pesquisa
Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) já mostra mudanças importantes no cálculo
de indicadores do mercado de trabalho do país. A taxa de
desemprego oficial saltou de 7,1% em novembro, de acordo com os
antigos critérios de medição, para 10,9%, atingindo
dois dígitos e se aproximando mais da taxa da Fundação
Seade, de São Paulo.
A renda média
do trabalhador - que vinha em ritmo de queda desde janeiro de 1991
pela pesquisa antiga, apresentou um crescimento de 3,75% em outubro,
passando de R$ 826,06 para R$ 857,10 nos cálculos da nova
PME. Na conta velha, a renda foi de R$ 797, 82 ou 3,9% abaixo do
valor apresentado no igual mês de 2001.
Shyrlene Ramos,
coordenadora da pesquisa, atribuiu parte das discrepâncias
entre os indicadores as alterações na metodologia
dos levantamentos. Na nova PME, a idade mínima para a População
em Idade Ativa (PIA) cai de 15 para 10 anos, abrangendo um universo
maior de pessoas.
No novo cenário,
o país passa a ter um contingente de desempregados muito
maior que o levantado anteriormente e certamente a taxa de desemprego
medida pelo IBGE no governo Lula será maior que no governo
FHC.
Leia
mais:
- Mudança na metodologia do IBGE eleva desemprego
em SP para 10,9%
Leia
também:
- Pesquisa Seade/Dieese projeta taxa
de 19% para o fechamento do ano
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Mudança
na metodologia do IBGE eleva desemprego em SP para 10,9%
A nova Pesquisa
Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), divulgada ontem, já mostra mudanças importantes
no cálculo de indicadores do mercado de trabalho do país.
A taxa de desemprego oficial saltou de 7,1% em novembro, de acordo
com os antigos critérios de medição, para 10,9%,
atingindo dois dígitos e se aproximando mais da taxa da Fundação
Seade, de São Paulo.
A renda média
do trabalhador - que vinha em ritmo de queda desde janeiro de 1991
pela pesquisa antiga, apresentou um crescimento de 3,75% em outubro,
passando de R$ 826,06 para R$ 857,10 nos cálculos da nova
PME. Na conta velha, a renda foi de R$ 797, 82 ou 3,9% abaixo do
valor apresentado no igual mês de 2001.
Shyrlene Ramos,
coordenadora da pesquisa, atribuiu parte das discrepâncias
entre os indicadores as alterações na metodologia
dos levantamentos. Na nova PME, a idade mínima para a População
em Idade Ativa (PIA) cai de 15 para 10 anos, abrangendo um universo
maior de pessoas. Além disso, o instituto incorporou novos
municípios às seis regiões metropolitanas pesquisadas
(Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo
e Porto Alegre) e ampliou o prazo de abrangência da coleta
de dados de uma semana para 30 dias. A nova PME adotou ainda a coleta
eletrônica de dados e incorporou sub-ocupados e desalentados
ao seu universo.
No novo cenário,
o país passa a ter um contingente de desempregados muito
maior que o levantado anteriormente e certamente a taxa de desemprego
medida pelo IBGE no governo Lula será maior que no governo
FHC.
O presidente
do instituto, Sérgio Besserman, reagiu a esta observação.
Ele fez questão de frisar , na entrevista, que a divulgação
do novo modelo de pesquisa, que captou taxas de desemprego mais
altas que a metodologia antiga, não tem motivos políticos
e nada a ver com o resultado das eleições.
Em números
absolutos, o total de pessoas desocupadas que estão em busca
de trabalho em novembro somaram 1.198.841, dentro dos critérios
adotados até então pela PME, expandindo para 2.226.621
na metodologia nova.
No que se refere
as diferenças observadas na medição do rendimento,
Shyrlene culpou à influência do índice deflator.
" O deflacionamento da taxa média de desemprego das
seis regiões era feito pelo INPC (Índice Nacional
de Preços ao Consumidor) das 11 regiões metropolitanas
do Brasil mais o Distrito Federal. Agora, passa a ser feito pelo
IPC (Índice de Preços ao Consumidor) médio
das seis regiões.
A coordenadora
da PME adianta, porém, que o IBGE ainda não fez uma
análise de compatibilização das duas pesquisas
no caso do cálculo do rendimento. Mas, ela argumenta que
além da diferença do deflator usado, pode-se levar
também em conta a inclusão de rendimentos de outras
parcelas de trabalhadores, como as crianças de 10 a 14. A
taxa de desemprego calculada pela antiga PME não será
mais divulgada. Ela será calculada apenas para compor sua
série histórica.
(Valor -
20/12/02)
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Pesquisa
Seade/Dieese projeta taxa de 19% para o fechamento do ano
A taxa média
de desemprego na região metropolitana de São Paulo
deve terminar o ano próxima a 19% da População
Economicamente Ativa (PEA), estima o diretor técnico do Dieese,
Sérgio Mendonça. Para a elaboração da
projeção, Mendonça considera que o contingente
de desempregados em dezembro diminuirá.
Embora alta,
o técnico garante que a taxa ficará abaixo do recorde
de 19,3%, verificado em 1999. No pior dos cenários, a taxa
média de desemprego em 2002 deve situar-se em 19,1% da PEA.
No ano passado, esse índice ficou no patamar dos 17,6%.
Hoje, o Dieese
e o Seade divulgaram a Pesquisa de Emprego e Desemprego da região
metropolitana de São Paulo relativa a novembro. O índice
permaneceu inalterado, em 19%, ante outubro. Apesar da estabilidade,
o técnico nota que este resultado é "preocupante",
uma vez que se trata de um mês em que o desemprego deveria
estar recuando. Mendonça destacou o reflexo dos problemas
macroeconômicos observados na segunda metade de 2002 sobre
o mercado de trabalho.
O mercado de
trabalho na região metropolitana de São Paulo viverá
um primeiro semestre "tenso" no próximo ano, antevê
o diretor técnico do Dieese, Sérgio Mendonça.
Ele vislumbra, contudo, uma melhora do quadro na segunda metade
de 2003.
Para o técnico,
a possível persistência da pressão inflacionária
nos primeiros seis meses do ano, aliada à eventual manutenção
dos juros num patamar elevado, turbulências externas e a tensão
do início do governo devem afetar negativamente o mercado
de trabalho. Na sua avaliação, a próxima gestão
não terá no curto prazo margem de manobra no que diz
respeito à possível corte de juros.
Mendonça
nota que essas pressões devem influenciar as negociações
coletivas dos trabalhadores. Segundo estima, no curto prazo, a reindexação
salarial não será bandeira do movimento sindical.
No entanto,
o técnico acredita que há chances de um cenário
melhor no segundo semestre de 2003. Mendonça pondera, contudo,
que o país está sujeito a choques externos pesados
como, por exemplo, possível ataque ao Iraque que alçaria
fortemente os preços da commodity com conseqüentes reflexos
no Brasil.
Ele considera
que eventual choque de confiança no novo governo pode fazer
com que o dólar e o risco Brasil recuem. Além da manutenção
do bom desempenho do saldo comercial, ele lembra que são
esperados bons resultados da safra agrícola em 2003. Com
isso, considera, as linhas de crédito podem retornar e a
economia retomaria sua trajetória ascendente.
O Dieese e o
Seade consideram que a taxa média de desemprego no ano que
vem deve ser inferior à verificada em 2002, situando-se entre
18,4% e 18,5% da População Economicamente Ativa (PEA)
em São Paulo, contra projeção de cerca de 19%
esperada para este ano.
(Valor -
20/12/02)
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