Possível
vitória de Ciro preocupa o mercado
A frase de um
experiente profissional do mercado financeiro resume bem o clima
de ontem, na bolsa de valores. "O dólar a três
reais não é problema", disse ele. "O problema
é que tem muita gente querendo comprar nesse preço,
porque está achando barato." A corrida do mercado em
direção ao dólar, que atingiu níveis
inéditos nos últimos dois dias, agora é explicada
pela nova percepção de um mesmo velho fato: o avanço
de Ciro Gomes (PPS) na preferência dos eleitores para ser
o próximo presidente da República.
Até há
poucos dias, o mercado financeiro estava convencido que o início
do horário eleitoral gratuito, em agosto, representaria um
avanço definitivo da candidatura Serra (PSDB). "Hoje
essa certeza já não existe", diz um analista
de banco internacional. "O mercado está começando
a recalcular seus preços pensando num segundo turno entre
Ciro e Lula (PT)."
Essa perspectiva
causa tanta preocupação por um simples motivo: o mercado
associa automaticamente os dois candidatos a malefícios com
relação à dívida pública. Não
há ambiente legal e jurídico para medidas unilaterais.
Apesar disso, o mercado interpreta o avanço de Ciro como
um aumento exponencial das possibilidades de renegociação
unilateral dos títulos, calote da dívida ou até
mesmo centralização do câmbio. "Para o
mercado, Ciro é tudo de ruim", diz um operador especializado
em ações.
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