Mulheres
grávidas começam a ser contratadas
Mesmo grávidas,
as mulheres começam a ser contratadas pelas grandes empresas.
Elas não são o padrão de contratações
e acontecem, na maioria, com profissionais de nível gerencial
para cima dentro das empresas. A redução do preconceito
se deve, segundo especialistas, ao crescimento do número
de companhias estrangeiras no país, principalmente depois
das privatizações.
As mulheres representam 40% da força de trabalho no país
e ainda são alvo de discriminação. Apesar de
todas as conquistas, seus rendimentos equivalem a 60% do que ganham
os homens. No que se refere à maternidade, a situação
só começou a mudar de cinco anos para cá. Até
então as recém-casadas entre 25 e 35 anos e sem filhos
formavam um "grupo de risco" que deveria ser evitado.
O novo espaço
conquistado tem um preço: em geral, a mulher tem a licença-maternidade
reduzida de quatro meses para três. É um acordo informal
- a licença é um direito constitucional - que beneficia
ambos os lados. A empresa não deixa de contratar uma profissional
competente e a mulher não perde a oportunidade de um bom
emprego.
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Empresas
começam a abrir espaço para a contratação
de mulheres grávidas
Ana Cristina
Dutra, 32 anos, estava no terceiro mês de gravidez quando
terminou o mestrado no Instituto de Pós-Graduação
e Pesquisa em Administração (Coppead), no Rio de Janeiro.
À espera do primeiro filho, achou inútil participar
do recrutamento que algumas empresas fazem ao fim do curso com os
recém-formados.
"Nunca
pensei que me chamariam para alguma vaga", diz. Por insistência
dos colegas, mandou o currículo para três seleções,
pensando apenas em alguma oportunidade no futuro. A surpresa: depois
de entrevistas em que falou abertamente da gravidez, foi selecionada
para testes e ganhou o emprego em duas empresas. Descartou a vaga
em um banco e optou pela Repsol YPF, grupo espanhol do setor de
petróleo.
O crescimento
da barriga não a impediu de ficar até mais tarde nos
dias necessários e trabalhar até a véspera
do nascimento de seu filho, Gabriel, que hoje está com 1
ano e meio. "Ela era a melhor candidata e pensamos a longo
prazo", diz o diretor de recursos humanos da Repsol no Brasil,
Marcelo Nóbrega.
Histórias
como a de Ana Cristina ainda não são o padrão
de contratações e acontecem, em maioria, com profissionais
de nível gerencial para cima dentro das empresas. Mas mostram
que o preconceito começa a diminuir mesmo quando não
se é a superexecutiva Maria Silvia Bastos Marques, que, em
1996, assumiu o comando da Companhia Siderúrgica Nacional
no quarto mês de gestação de gêmeos.
"No último
ano, tivemos três contratações de grávidas.
Notamos que isso reforça seu comprometimento com a empresa",
diz Joaquim de Sousa Correia, diretor de recursos humanos da Embratel,
que pretende aumentar a presença feminina, hoje de 30%, em
seu quadro de pessoal.
As mulheres
representam 40% da força de trabalho no país e ainda
são alvo de discriminação. Apesar de todas
as conquistas, seus rendimentos equivalem a 60% do que ganham os
homens. No que se refere à maternidade, a situação
só começou a mudar de cinco anos para cá. Até
então as recém-casadas entre 25 e 35 anos e sem filhos
formavam um "grupo de risco" que deveria ser evitado.
O novo espaço
conquistado tem um preço: em geral, a mulher tem a licença-maternidade
reduzida de quatro meses para três. É um acordo informal
- a licença é um direito constitucional - que beneficia
ambos os lados. A empresa não deixa de contratar uma profissional
competente e a mulher não perde a oportunidade de um bom
emprego.
Para especialistas,
o crescimento do número de companhias estrangeiras no país,
principalmente depois das privatizações, ajudou a
reduzir desigualdades no mercado de trabalho. "Esses grupos
trouxeram políticas de recursos humanos nas quais minorias
e mulheres não são discriminadas. O que vale é
o talento", diz o headhunter Antônio Carlos Martins,
presidente da Perfil Consultores. Bem-vinda seja a mudança.
(Veja)
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