18 /05/2007
Prefeito de NY propõe pedágio em Manhattan

Carros pagariam tarifa diária de US$ 8


O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, propôs recentemente cobrar uma taxa dos carros que trafegam na região ao sul da Rua 86, em Manhattan, nos dias úteis. Eles pagariam uma tarifa diária de US$ 8 no período das 6 às 18 horas; para caminhões, a taxa seria de US$ 21.

Embora o plano tenha sido atacado por críticos, a experiência indica que os benefícios econômicos da chamada “cobrança para evitar congestionamento” são substanciais. Talvez o principal obstáculo seja a preocupação com as dificuldades econômicas dos moradores de baixa renda. Para que as taxas que evitam o congestionamento atinjam os efeitos pretendidos precisam ser suficientemente altas para fazer com que um grande número de pessoas mude de comportamento. Porém, tarifas altas inevitavelmente são onerosas para algumas pessoas.

Um programa economicamente eficaz é, por definição, aquele cujos benefícios são superiores ao seu custo. Ou seja, devem existir formas de redistribuir os ganhos de modo que todos, ricos ou pobres, lucrem. Apesar de a maioria das pessoas que circulam de carro por Manhattan não ser pobre, para muitos, pagar US$ 8 por dia é difícil.

Seria interessante que Bloomberg estudasse a tentativa da New York State Public Commission de cobrar pelo serviço de auxílio à lista telefônica nos anos 70. O órgão decidiu criar uma tarifa de US$ 0,10 por pedido. A proposta provocou protestos. Então, além de cobrar US$ 0,10 pelo auxílio à lista, eles concederam um crédito de US$ 0,30 na conta mensal dos consumidores que não usassem o serviço.

Se Bloomberg quiser que os nova-iorquinos tenham os benefícios da tarifa anticongestionamento, a cidade deve adotar uma variante simples: todas as pessoas que trabalham em Manhattan ganhariam vales para custear parte da nova taxa. Quem pudesse evitar as viagens teria a possibilidade de vender os vales a outras pessoas. Assim, os nova-iorquinos poderiam ter menos trânsito sem ônus para famílias de baixa renda.

Robert H. Frank, NYT, Nova York
O Estado de S.Paulo