cultura
06/09/2007

Periferia de São Paulo ganha cinema popular

Heitor Augusto

O PopCine, sala de cinema a preço popular, saiu do centro e vai para a periferia da cidade. Após seis meses na rua Maria Antônia, na Vila Buarque, a sala vai ser instalada provavelmente na zona sul – o bairro ainda será escolhido. O objetivo é iniciar as exibições em novembro.

O preço é R$ 4 (inteira), metade do valor médio das entradas para cinema no Brasil. Já foram exibidos filmes como Falcão – Meninos do Tráfico (de MV Bill e Celso Athayde) e Caparaó (de Flavio Frederico, sobre a primeira guerrilha contra a ditadura militar); além de clássicos como Bandido da Luz Vermelha (de Rogério Sganzerla, sobre o bandido que aterrorizou São Paulo na década de 60) e O Homem que Virou Suco (de João Batista de Andrade, sobre um retirante espremido pelas pressões da metrópole).

Quem integra o projeto faz questão de ressaltar que o PopCine é uma sala de exibição, não um cineclube. “A gente percebeu um certo preconceito por parte da imprensa. Principalmente porque exibimos filmes em digital e alguns diziam que, por isso, não éramos um cinema”, protesta Felipe Macedo, coordenador do projeto e veterano cineclubista.

Fim do patrocínio
Um dos motivos que fez o PopCine fechar a sala da rua Maria Antônia e ficar parado até o fechamento de uma nova parceria foi o fim do patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado.

Quando João Sayad assumiu no lugar de João Batista de Andrade (em janeiro deste ano), a parceria foi rompida – a secretaria era responsável pelo aluguel da sala. A justificativa seria mudança de foco: em vez de financiar o projeto, seriam comprados ingressos de filmes do circuito tradicional e distribuídos à população. Segundo a assessoria de imprensa, não há previsão e nem moldes de quando e como isso entraria em ação.

Além de bairros distantes, o PopCine montou uma sala de exibição na Vila Mariana, na zona sul, na biblioteca municipal Viriato Corrêa – próxima à Cinemateca Brasileira. As exibições, porém, não começaram. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Cultura, até o fechamento desta matéria, não respondeu porque a sala ainda está inativa.

Cinema na periferia
O PopCine não é a primeira iniciativa de cinema na periferia. Jovens do Jardim Ângela, que antes faziam parte da ONG Papel Jornal, fecharam três parcerias e montaram um “circuito”, apelidado de Cine Becos.

Todo último domingo do mês, às 19h, na Casa de Cultura do M’Boi Mirim, há exibição. O próximo filme é Kiriku e a Feiticiera. Na coperifa, sempre na 2ª quarta-feira do mês, exibem-se produções em curta-metragem. Os filmes Amor e Alma do Negócio já estão na programação da próxima exibição. Já na última quinta-feira do mês, no Bloco do Beco, acontece o Pro Cinema Sambar, onde rolam películas sobre samba. Sarava é o próximo a entrar na roda.

Além do pessoal do Jardim Ângela, o Festival Internacional de Curta-metragens faz sessões itinerantes em diversos bairros da periferia. O Cinema na Comunidade passou pelos bairros Real Park, Parelheiros (ambos na zona sul), Perus (oeste) e Jardim São Carlos (leste).

   
 
   
 

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