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psiquiatra- palhaço
08/09/2005
Primeiros Resultados da Intervenção de Palhaços em Hospital Psiquiátrico

O relatório a seguir é fruto de um projeto piloto que está sendo realizado no Hospital João Evangelista relativo à avaliação de possíveis transformações causadas pela introdução do palhaço no universo psiquiátrico. Foram feitas apenas duas intervenções, devendo ficar claro que as avaliações são preliminares e sujeitas a alterações.


As questões que emergiram destas primeiras intervenções no Hospital João Evangelista são relativas aos objetivos do trabalho. Seriam eles meramente artísticos, ou algo mais? O palhaço possui qual função dentro do hospital? Qual a forma de abordagem do paciente, seria ela meramente cênica, com esquetes preparadas, ou seria ela mais relacional, enfatizando a improvisação e a pessoalidade? O palhaço poderia intervir sozinho ou haveria necessidade da dupla?

Antes de ter qualquer certeza, algumas idéias surgiram dando um maior norte ao projeto. Vai se esboçando no horizonte o significado de que todo o empenho e todos os recursos que estão sendo utilizados no projeto são no sentido de uma maior socialização do paciente psiquiátrico. Em suma, o projeto vai se mostrando como uma forma de intervenção artística que tende a valorizar a singularidade e a pessoalidade do paciente psiquiátrico, colaborando com a sua reintegração social.

O palhaço funciona, portanto, como o elemento catalizador de transformações culturais e psicológicas, que serão descriminadas com mais rigor a seguir, que atingem não só o paciente como toda a estrutura hospitalar. Utiliza, para isso, técnicas consagradas da atividade clownesca, porém adaptadas a um contexto peculiar da realidade de um hospital psiquiátrico. Esta adaptação da comunicação do palhaço refere-se a especificidades da situação de surto psiquiátrico e de sofrimento mental.

Orientamos o nosso referencial teórico para a idéia de que o surto psiquiátrico se encaixa numa situação de paradoxo comunicacional, onde a expressão do sintoma vem como solução para situações de impossibilidade. Não negamos de nenhuma forma a importância de outros fatores determinantes, inclusive biológicos, para os transtornos psiquiátricos, porém devemos entender categorialmente aonde estamos atuando. E, no nosso compreender, atuamos no nível comunicacional. Enfrentamos, portanto, situações tanto de “saúde” como de “doença” comunicacional, como será explicitado a seguir.

Os exemplos citados a seguir serão acompanhados das soluções dadas pelos palhaços para as situações comunicacionais enfrentadas.


1) Situações de “saúde” comunicacional:
a. Compreensão imediata do arquétipo do palhaço: Fomos recebidos imediatamente como palhaços. Alguns pacientes, ao nos ver, iniciavam imediatamente a rir, outros se aproximavam com muita tranqüilidade, outros se afastavam com aquele pavor típico das crianças que não gostam de palhaços, porém nossa experiência foi de muita aceitação, tanto por parte da equipe, como por parte dos pacientes.


SOLUÇÃO: A despeito das desconfirmações trazidas por alguns pacientes, nos fiamos do espaço cedido por outros que estavam envoltos pela presença do palhaço e não saímos do papel;

b. Estabelecimento de ligação trasferencial imediata: Alguns pacientes se aproximaram rapidamente dos palhaços e os seguiram durante toda a intervenção, inclusive lembrando dos mesmos na intervenção seguinte, quando então tinham se passado alguns dias. Muitos pacientes lembravam o nome dos palhaços. Aqui ocorreu um fato curioso: na segunda intervenção, eu, Frederico, não fui com figurino, para observar de fora o Nando atuar. Porém, alguns pacientes me perguntavam porquê eu não tinha vindo ao hospital vestido de Gusmão;


SOLUÇÃO: Os pacientes mais ligados e que criaram um vínculo mais imediato nos acompanharam durante toda a intervenção sem nenhuma rejeição de nossa parte, apenas quando os mesmos estavam atrapalhando o foco, caso contrário estaríamos sendo impermeáveis ao conflito comunicacional e estaríamos estabelecendo uma comunicação patológica;


c. Descriminação do papel do palhaço: Alguns pacientes, que me conhecem como psiquiatra, ao me abordar evitaram solicitar explicações sobre doenças, solicitar medicações, exigir exames etc. Eles diziam prontamente que “palhaço não pode dar medicações” ou que “há perguntas que não se fazem a palhaços”, sugerindo uma boa crítica da realidade. Uma paciente até usou de bom humor para dizer que eu ficava melhor “de palhaço”!


SOLUÇÃO: Apesar de ser psiquiatra, em nenhum momento atuei como psiquiatra no sentido de imaginar uma medicação ou um diagnóstico para o paciente; não tentávamos encontrar soluções psicológicas ou imediatamente terapêuticas para as comunicações patológicas. Por exemplo, quando o paciente começou a dizer que o irmão tinha matado o seu pai, apenas ouvimos o que ele tinha a dizer e de uma certa forma demos corda para uma mudança de assunto, ocorrida com a solução musical para o impasse: o Comendador começou a cantar uma música do Roberto Carlos (“Estrada de Santos”) e o paciente uma música do Nelson Gonçalvez (“Boemia”): Ou seja, não viemos com tentativas de interpretação ou conforto racional para a angústia vivida pelo paciente;

d. Envolvimento em jogos cênicos com os palhaços: Um paciente começou a cantar um “rap” e a dançá-lo comigo. Passou também a compor um novo rap sobre palhaços enquanto andávamos em círculo pelo pátio. Outro paciente começou a cantar para os palhaços, dizendo que gostava de Roberto Carlos e Nelson Gonçalvez. Outro paciente começou a contar piadas sujas e “de loiras”. Outro paciente ficava “controlando” o palhaço dizendo aonde ele deveria ir, o auxiliando a subir as escadas. Este rapaz acabou funcionando como o palhaço branco. Outro paciente ficou decifrando a raiz etmológica dos nomes das pessoas junto com o palhaço, que ficava lhe incentivando e elogiando suas descobertas sagazes.;


SOLUÇÃO: Se o paciente começasse a dançar, dançávamos juntos, se começassem a correr, corríamos juntos, se começassem a compôr uma música, compúnhamos juntos. Inclusive, quando eu estava com violão, comecei a fazer uma base harmônica para uma melodia e letra improvisada de um paciente;


e. Comunicações simétricas e complementares: Alguns pacientes estabeceram pontuações simétricas de comunicação com os palhaços, no sentido de participarem um acontecimento de sua vida sem solicitar explicações ou soluções e o palhaço apenas concordava muitas vezes empatizando e trazendo experiências semelhantes de sua própria vida (exemplo de interação simétrica); por outro lado, alguns pacientes davam “conselhos” aos palhaços, como, por exemplo, o jeito que eles deveriam se vestir ou como eles deveriam se portar quanto a rotinas do hospital (interação complementar). Um paciente, por exemplo, mostrou que é bom guardar algumas laranjas do almoço no caso de sentir fome à tarde; outro paciente “ensinou” ao palhaço que, se houver vontade de fumar, existe um fornecedor de cigarros para dentro do hospital;

SOLUÇÃO: Comunicações simétricas: Estabelecemos um padrão de comunicação de acreditar no que os pacientes estavam dizendo, sem encarar como delírios, sob a permissão cênica, o que talvez não ocorra em nenhuma conversa dos pacientes com médicos ou terapêutas do hospital, que, de certa forma, se sentem incomodados em “delirar junto com os pacientes”. Tratamos o paciente de igual para igual, sem o distanciamento entre o “normal” e o “patológico”;

Comunicações complementares: Aceitamos as sugestões dos pacientes, porém nos permitimos a dar sugestões também, como, por exemplo, dizer que alguma paciente precisava de namorado, ou que um paciente precisava tomar banho, ou que um paciente só pensava em sexo, ou que uma enfermeira deveria ser respeitada, principalmente as bonitas etc...

f. Respeito recíproco e confiança em relação à figura do palhaço: houve um cuidado em receber bem o palhaço e em aceitar a sua atuação dentro do hospital (comunicação simétrica saudável);

SOLUÇÃO: Se o paciente estava nos levando para um “tour” pelas enfermarias, acreditamos nele; se o paciente quisesse auxiliar o Comendador a subir as escadas, ele aceitava, dando uma nova dimensão de simetria para as relações;


g. Permeabilidade para as comunicações não-verbais: fácil contato visual, proximidade corpórea, contato físico, comunicação com os pacientes à distância, danças, risadas e gargalhadas, sem nenhuma relação com o conteúdo do discurso;

SOLUÇÃO: Aceitávamos apenas ficar olhando para os pacientes, aceitávamos os abraços, aceitávamos cantar junto com eles, aceitávamos dançar, aceitávamos delirar, aceitávamos gritar e sair correndo etc. Tudo faz parte do universo do palhaço....


h. Baixo índice de metacomunicações: ou seja, a comunicação não precisa ser significada ou pontuada a todo momento, como é de praxe com pacientes neuróticos, que estão, em muitos momentos da conversa, analisando o que está se passando. Este conceito de saúde comunicacional diverge da função da interpretação psicanalítica, que, a todo momento, metacomunica o que está acontecendo, as intenções do paciente etc.... Os pacientes simplesmente conversavam e incluíam a figura do palhaço como um facilitador da comunicação.

SOLUÇÃO: Permanecemos no estado do palhaço na maior parte da intervenção, apenas destituindo do estado quando algum funcionário nos interrompia por alguma questão prática, como quando estávamos atrapalhando as atividades, ou quando estávamos adentrando o horário do almoço. No restante do tempo, pouco racionalizávamos tentando interpretar os fatos, apenas vivíamos as situações com o máximo de sensorialidade possível, quase como uma “associação livre”;


i. Desapego: a figura do palhaço não gerou uma complementaridade comunicacional simbiótica, que, por sua vez, viesse a sucitar angústia de separação. Os pacientes facilmente quebravam a interação para fazerem outras atividades ou para conversar com outras pessoas, sem necessariamente significar uma diminuição da atenção voluntária; os pacientes aceitaram a saída dos palhaços do hospital nas duas interações. O significado deste desapego pode ser entendido de uma forma negativa, como não-criação de vínculo, ou como positiva, como capacidade de criação de interações simétricas, sem simbiose.


SOLUÇÃO: Aceitávamos o movimento dos pacientes de ir e vir a hora que bem entendessem, sem que estas separações angustiassem, fator primordial para a sobrevivência do palhaço;

2) Situações de “doença” comunicacional:

a. Discurso com conteúdo delirante e distanciamento afetivo: Alguns pacientes vinham se apresentar acreditando ser outras pessoas. Um paciente dizia ser o Agostinho da “Grande Família”; outro paciente dizia ser filho do Silvio Santos; outro paciente dizia ser irmão do Roberto Carlos. Nestes momentos, havia um intenso distanciamento afetivo em relação aos palhaços;


SOLUÇÃO: Delirávamos junto e mantínhamos a tensão afetiva no sentido de não sair de perto do paciente ou parar de conversar como se “estivéssemos entrando numa conversa de loucos”;

b. Afetividade ambivalente: Interação amistosa que rapidamente cedia lugar a um afeto triste e desesperado. Por exemplo, um paciente que iniciou recebendo a gente muito bem, dizia que gostava e respeitava muito os palhaços e, subitamente, começou a chorar e a dizer que “o seu irmão tinha matado o seu pai”;


SOLUÇÃO: Ficávamos ambivalentes juntos, ficando de uma certa revoltados junto com o paciente ou se emocionando com o tônus afetivo de seu discurso, muitas vezes menos pelo conteúdo e mais pela forma de seu discurso;


c. Tentativas de Não-Comunicação: Alguns pacientes se portaram com se não tivessem tido contato anterior com o palhaço, como se tivessem esquecido de “conversas profundas” que haviam tido na primeira intervenção, nos deixando com uma sensação de perplexidade e de tentativa de significação de suas atitudes; Exemplo: paciente que leu a mão do Comendador e depois o encontrou e não voltou a tocar no assunto;


SOLUÇÃO: Deixávamos claro que sabíamos que eles estavam tentando não se comunicar, tipo: “Ih, este aí não quer nada com a gente!”, ou “Eu vou gritar!!!”, ou chegávamos perto e não falávamos nada, ou ficávamos observando o paciente até ele olhar para a gente e dávamos um sorriso, ou começávamos a cantar uma música e tentar estabalecer uma outra forma de comunicação;


d. Desconfirmação da Comunicação do Palhaço: Uma paciente que tentava “arrancar” o meu nariz apesar de minhas inúmeras tentativas de dizer para ela que aquilo não deveria ser feito. Paciente que insistia em perguntar o meu nome ou minha função real, destituído do palhaço Gusmão;


SOLUÇÃO: Persistimos no nosso papel e, de certa forma, demos uma “bronca” nos pacientes que não nos trataram como palhaços e sim como pessoas comuns;


e. Rejeições da Comunicação: muitos pacientes buscavam evitar o contato visual com o palhaço e se concentravam firmemente no que estavam fazendo; outros pacientes passavam olhando para baixo ou passavam longe dos palhaços;


SOLUÇÃO: Muitas vezes aceitamos o movimento do paciente em não se comunicar e respeitamos que existe um tempo para a aceitação do palhaço;

f. Impermeabilidade: Alguns pacientes pareciam não estar atentos às soluções propostas pelos palhaços, como quando o palhaço dizia: “Eu tenho a solução para os seus problemas!” e o paciente virava as costas e começava a conversar com outra pessoa;


SOLUÇÃO: Aceitação e permanência no papel;


g. Erros na tradução entre os materiais analógico e digital: Paciente que ficou agressiva e tentou agredir a equipe quando um paciente sentou perto de seu quadro, que tinha acabado de pintar, no restaurante do HOJE; outro paciente que começou a chorar dizendo que o irmão tinha matado o seu pai;

SOLUÇÃO: Tentávamos traduzir, por exemplo, mostrando para a paciente que entendemos que ela ficou chateada por seu quadro ter sido ameaçado. Fomos até o quadro e o mudamos de lugar. Outro exemplo foi quando um paciente começou a delirar. Dei um abraço nele e começamos a andar pelo pátio cantando uma música, mostrando que o delírio poderia ser uma forma de necessidade de afeto;


h. Comunicação baseada no conteúdo e não na forma: Preconceito em relação à figura do palhaço.


SOLUÇÃO: O conteúdo de nosso figurino poderia dizer que somos palhaços comuns, animadores de festa de criança, interessados apenas em provocar risos superficiais ou uma certa alegria enlatada, porém a forma de nossa intervenção foi se mostrando aos poucos, com maior valorização da particularidade e da singularidade de cada paciente;


A partir de tudo que foi dito acima, qual seria então a função do palhaço no hospital psiquiátrico?
Acreditamos que existam duas acões: uma imediata sobre o paciente, que se situa na linha da mudança de paradigma comunicacional, ou seja, no estabelecimento de comunicações sobre a ótica do palhaço, como foi descriminado acima; e outra na linha da transformação da cultura hospitalar, seja ela na forma como a equipe se comunica com os pacientes, seja na mudança da estrutura hospitalar.

Aqui, cabe dedicar um cuidado especial. Tentarei descriminar de uma maneira didática algumas formas de relação da equipe médica com o paciente e de aspectos da cultura hospitalar que podem ser transformadas pela atuação do palhaço:

I) Relação da equipe médica com o paciente:

1. Abordagem dos sintomas psiquiátricos sob a ótica da doença e do diagnóstico;
2. Impossibilidade de se comunicar com o paciente delirante;
3. Desconhecimento de formas de comunicações não-verbais;
4. Comunicações complementares;
5. Respeito e confiança em relação aos pacientes;
6. Metacomunicações (Interpretações);
7. Apego (Hospitalismo);

II) Cultura Hospitalar:


1. Monotonia da situação de internação;
2. Distanciamento de situações alegres e bem-humoradas;
3. Sentimento de menos-valia propiciado pela situação de internação psiquiátrica;
4. Alteração da percepção têmporo-espacial;
5. Relação pouco familiar com o espaço do hospital;
6. Disciplina excessiva e controle comportamental;
7. Hiper-medicalização;
8. Contenção emocional da equipe;
9. Situações de rejeição à internação psiquiátrica;
10. Ambiente pouco alegre e silencioso;
11. Atividades convencionais com os pacientes, sem “elementos surpresa”;


III) Possíveis Transformações Psicológicas dos Pacientes:

1. Estabelecimento de padrões comunicacionais saudáveis (simétricos e complementares);
2. Maior sentido de identidade e responsabilidade;
3. Maior relativização no enfrentamento das situações de conflito, olhando mais a forma que o conteúdo (efeito de distanciamento);
4. Maior compreensão dos próprios padrões de comunicacões não-verbais;
5. Melhor digitalização da comunicação;
6. Estímulo ao desenvolvimento sensorial;
7. Exercício da criatividade para a resolução de situações de conflito;
8. Estímulo ao desenvolvimento afetivo;
9. Possibilidade de reinserção social;
10. Solução de situações paradoxais, diminuindo a ansiedade e os momentos de agressividade;
11. Percepção da temporalidade da situação de internação;

Por enquanto, são estes os nossos resultados e perspectivas. Estamos num momento de estudo das formas cênicas de intervenção, que estão se definindo no decorrer do percurso. O que posso adiantar é:


1. Consideramos que o palhaço deve atuar num nível relacional, valorizando a singularidade e a particularidade de cada paciente;
2. Consideramos que o palhaço deve atuar com o nariz, dado este ser uma máscara muito incorporada pela cultura;
3. Consideramos que o palhaço deve atuar em dupla;
4. Consideramos que deve haver um extenso profissionalismo na atuação do palhaço, com cuidados especiais com figurino e aprimoramento artístico;


Frederico Galante Neves
e-mail: fred_neves@ig.com.br
Nando Bolognesi
e-mail: patetas@uol.com.br

   
 
 
 
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