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infância
10/12/2004
Dados oficiais não acompanham aumento da violência contra a criança

Grasiela Cardoso
Especial para o GD

O número de maus tratos em crianças cresce cada vez. Na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, o número de agressões feitas pelos pais ou responsáveis pode ser até 40 vezes maior do que o indicado nos dados oficiais da cidade. É o que revela uma pesquisa feita pela psicóloga da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP), Alessandra da Silva Araújo.

Um outro dado alarmante é que 95% dos casos não recebem nenhum tipo de atenção dos órgãos e instituições sociais. Para ela, a solução para muitas ocorrências se encontra nas escolas. "A única maneira de acabar ou amenizar esse problema é a denúncia feita pelo professor. Eles precisam estar atentos nesses casos e entender que a denúncia não é uma punição, mas uma ajuda para a criança e para a família", explica a psicóloga.

A análise foi feita através de cartilhas, preenchidas por educadores responsáveis pelas crianças de creches e pré-escolas públicas e particulares. Por meio delas, Alessandra estipulou quais são as principais violências vivenciadas pelas crianças. Esse mesmo método de estudo foi aplicado com sucesso em outros países, como Espanha e Argentina.

Segundo a pesquisa, a falta de controle parental, ou seja, quando os pais não conseguem controlar o comportamento dos filhos; abandono emocional e também o físico, abuso sexual, trabalho infantil, mendicidade, ações delituosas e outros tipos de abusos, são os maiores problemas encontrados.

Um dado importante apresentado pela psicóloga é que os problemas de maus tratos atingem todas as classes. "Independente da classe financeira o problema atinge a todos. O que muda é o tipo de maus tratos, mas o índice de violência é o mesmo", explica Alessandra.

O estudo foi feito com crianças de zero a seis anos de idade, matriculadas em creches ou pré-escola da cidade. Pelo dados oficiais do ano de 2003, apenas 2% das crianças sofriam esse tipo de agressão, mas segundo o estudo o número sobe para "8%". "Temos que estar atento, as violências acontecem mas muitas vezes as crianças não são ajudadas", finaliza a psicóloga.

   
 
 
 

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