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comunicação falha
16/02/2005
Bolsa-Família não chega a 28 cidades por desinformação

BRASÍLIA - O programa Bolsa Família não chegou ainda a 28 dos 5.686 municípios no país. Na maioria, por um motivo simples: falta de informação. Boa parte dos prefeitos e secretários desconhece o programa ou não sabia que sua cidade não recebia o benefício. E há prefeitos que não sabiam da necessidade de ter o cadastro de famílias pobres ou de atualizá-lo.

No fim de janeiro, o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo Bolsa Família, fez uma pesquisa com as prefeituras para descobrir os motivos por que o programa não havia iniciado. Em 5 das 28 cidades, os prefeitos não conheciam o Bolsa Família, apesar das campanhas publicitárias do governo e da divulgação do programa. Das cinco, três cidades são de Tocantins e duas de Goiás. Em quatro, o prefeito está no primeiro mandato, mas em Guarani (GO), Bernardino de Araújo entrou no segundo mandato alegando desconhecer o programa.

Em entrevista ao Estado, no entanto, Araújo afirmou que não havia implantado o Bolsa Família por causa do "processo político" - as eleições municipais. Em Mateiros (TO) - onde o prefeito disse que não conhecia o programa -, a primeira-dama, Maria Helena R. da Silva, afirmou que não sabia o que fazer, mas que a prefeitura "iria se informar".

Em outras sete cidades - três de Goiás, três de Tocantins e uma de São Paulo -, os prefeitos disseram desconhecer o município não tinha o programa. A maioria (61%) não sabia nem se a cidade tinha cadastro das famílias a serem beneficiadas. Entre os prefeitos que disseram ter cadastro, quase metade não sabia que o levantamento precisa ser atualizado. Na maior parte dos municípios, o cadastro tem mais de três anos: foi feito em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando foi lançado o Bolsa Escola.

Em comum, os municípios que não têm o programa são pequenos e pobres. Com exceção de Cantagalo (RJ), o maior deles (19 mil habitantes), e Araçariguama (SP, 10,6 mil), os demais não têm mais de 10 mil moradores. Outro ponto comum é que, em 2004, os municípios elegeram novos prefeitos - foi o que aconteceu em 18 das 28 cidades. A mudança deu aos novos prefeitos uma boa justificativa para não ter implantado o Bolsa Família. Em oito cidades, a explicação foi a falta de interesse do governo anterior. Em sete, a justificativa foi falta de informação, e em quatro não se sabia o motivo da não implantação.

Há casos de dificuldades técnicas para a adoção do programa. Seis prefeituras informaram não ter acesso à internet ou apoio técnico. E quase todo o sistema de troca de informações sobre o programa, como os cadastros, é feito por computador. O MDS já pediu aos prefeitos o recadastramento das famílias para que o Bolsa Família seja iniciado.


LISANDRA PARAGUASSÚ
do jornal O Estado de S. Paulo

   
 
 
 

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