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saúde
24/03/2005
SC estima em 50 mil contaminados por caldo de cana

FLORIANÓPOLIS (SC) - A Secretaria de Saúde de Santa Catarina trabalha com a estimativa de cerca de que 50 mil pessoas podem ter contraído a doença de Chagas após consumirem caldo de cana em quiosques às margens da BR-101, entre os municípios de Piçarras e Itajaí. Por enquanto, apenas três mortes foram confirmadas, entre os 37 casos suspeitos até agora. "As secretarias municipais de saúde estão sendo mobilizadas para poderem fazer o teste, a partir de segunda-feira. Estamos recebendo 40 mil kits do Ministério da Saúde", disse o diretor da Vigilância Epidemiológica do Estado, Luiz Antonio Silva. Segundo ele, no momento não existe estrutura suficiente para atender à demanda.

Silva disse também que não é possível determinar a quantidade de pessoas de outros Estados que podem estar com a doença, já que o período em que foi servido o caldo de cana contaminado coincidiu com um grande movimento de turistas na BR-101. A recomendação é a de que as pessoas que consumiram caldo de cana na região em fevereiro devem procurar com urgência o serviço de saúde de suas cidades se estiverem com febre, mal estar, falta de apetite, inchaço nas pálpebras e distúrbios cardíacos, afim de realizarem exames. A doença de Chagas, em sua forma aguda, pode matar. Caso tenham tomado a bebida, mas não apresentam sintomas, também devem fazer os exames para garantir que não foram infectados. As drogas existentes só são eficazes na fase inicial da doença.

Desde o início da semana, técnicos da Vigilância Epidemiológica e do Ministério da Saúde, além de outros órgãos, estão se reunindo para descobrir a origem da cana de açúcar contaminada. Ele também estão fazendo trabalho de campo para descobrir focos de barbeiro, o inseto transmissor da doença. Além disso, a Vigilância Sanitária está interditando todos os pontos de venda de caldo de cana, que está proibida em todo o Estado.

O vice-presidente da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, Claudir Maciel (PPS), foi uma das vítimas do caldo de cana. Ele estava se sentindo mal desde a última sexta-feira, sendo internado na madrugada de terça-feira no Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, onde há cinco internados. De acordo com o plantão médico, quatro pacientes já saíram da terapia intensiva e o quadro clínico evolui de forma lenta, mas estão estáveis, apesar das alterações hepáticas. Até o momento, foram confirmados 19 casos de doença de Chagas provocados pelo caldo de cana.

Em Joinville, a Secretaria Municipal de Saúde está credenciando os laboratórios da cidade que vão fazer os exames para identificação da doença de Chagas. Uma força-tarefa vai traçar estratégias para coleta de sangue, diagnóstico e tratamento dos casos confirmados. "A prioridade será para os pacientes sintomáticos", informou Luiz Henrique de Melo, médico infectologista e coordenador da força-tarefa. Seis casos foram confirmados na cidade, com uma morte. Cinco pessoas permanecem internadas e uma continua em estado grave.

Medicamentos
O Ministério da Saúde informou que foram enviados para Santa Catarina medicamentos numa quantidade suficiente para tratar 60 pessoas que estiverem com sintomas do mal de Chagas. O estado também vai receber do governo federal kits de remédios para fazer o diagnóstico da doença. Apesar das ações que estão sendo executadas pelo governo federal, Ministério da Saúde descartou a possibilidade de haver uma epidemia da doença em Santa Catarina por considerar que a doença no País está sob controle.

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do ministério, em Santa Catarina não há registro do barbeiro que transmite a doença. Sobre o registro de que um morador de Brasília estaria com os sintomas da doença, a SVS informou apenas que o paciente está hospitalizado em Brasília e que esteve em Santa Catarina para passear. O ministério não soube dar informações a respeito de seu estado de saúde, mas informa que são cinco as mortes já confirmadas.

Os técnicos da SVS trabalham com três hipóteses que podem ter sido as causas da transmissão da doença: um agente da família do inseto triatoma infestans, vulgarmente conhecido por barbeiro, pode ter sido moído junto com a cana-de-açúcar; as fezes desse inseto podem ter sido moídas com a cana; ou as fezes de um animal picado por um inseto com o protozoário transmissor do mal de Chagas podem ter contaminado o caldo de cana.

Há uma equipe de 14 pessoas do Ministério da Saúde trabalhando em Santa Catarina para apoiar o governo estadual no esforço de identificação das causas da contaminação e atender às pessoas doentes.

KAZUO INOUE
GILSE GUEDES
da Agência Estado

   
 
 
 

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