Internet
27/06/2007

Idosos fazem da internet suas plataformas de comunicação

João Batista Jr.


“Uso o Orkut, o MSN e o Skype”. A frase não é de nenhuma adolescente que passa as tardes navegando em sites de relacionamentos, mas de Odete Coutinho, senhora de 69 anos que há um ano e meio aprendeu a usar o computador e, desde então, tem feito da internet sua maior forma de expressão e comunicação.

Natural de Uru, interior paulista, Odete lembra do início das aulas de informática que teve com o projeto OldNet. “Comecei do bê-á-bá mesmo, não sabia nada de computador”. O mesmo aconteceu com suas colegas de classe: senhoras com vontade de diminuir os índices de exclusão digital.

“Não somos tratadas como crianças, os monitores entendem nossas dificuldades de forma coerente – o que não quer dizer que o idoso seja retardado. Nada disso”, desabafa Odete. Sua colega é a prova de que a terceira idade pode ser sinônimo de aprendizado. Com 72 anos, Lúcia Sekiguche faz curso de espanhol, flauta, dança de salão e informática. “É um erro o idoso ficar parado, tem mais que é que se ocupar e sentir-se vivo”, ensina.

Após as aulas de informática que acontecem semanalmente, os alunos se reúnem para um lanche em conjunto. “E também organizamos idas a teatros e cinemas”, informa Odete. O último filme assistido pela turma foi “Cão sem Dono”, de Beto Brant e Renato Ciasca.

O curso de informática nada mais é do que um desejo de se comunicar, de aprender e de manter-se ativo. Segundo a aluna Martha Marangon, 69 anos, “iniciativas como essa provam que depois dos 50 anos a pessoas ainda têm chance aprender coisas novas”.

Comunicar
“O que eles mais gostam é poder se comunicar entre eles mesmos, com a família e com pessoas de outros de países”. Quem revela o maior prazer dos alunos é a coordenadora da iniciativa, Izabel Madureira Marques. “Eles têm uma dificuldade para dizer adeus às aulas, pois uma vez que dominam o computador ficam fascinados pelo poder de comunicação da internet”. Os alunos, assim, ficam mais de três semestres aprendendo computação e descobrindo as possibilidades oferecidas pela internet.

Segundo Izabel, o curso conta majoritariamente por mulheres. “De acordo com os relatos das alunas, os homens, nos casos os maridos delas, são mais acomodados. E também tem o fato de muitos se atualizarem automaticamente por estarem inseridos no mercado de trabalho, então passaram a usar o computador como ferramenta no escritório”.

   
 
   
 

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