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força feminina
27/09/2004
Cresce atuação da mulher no mundo financeiro

Por meio de clubes de investimentos ou buscando diretamente as corretoras, as mulheres começam a ampliar o peso de sua participação no mundo financeiro.

Dos aproximadamente 120 mil investidores individuais catalogados atualmente pela CBLC (Câmara Brasileira de Liqüidação e Custódia), mais ou menos 20% -algo em torno de 24 mil- são mulheres. No final da década de 90, as mulheres não respondiam por mais de 10% da categoria de investidor pessoa física.

No caso do BankBoston, por exemplo, as mulheres já representam 36% da base de investidores.

Não é difícil encontrar hoje clubes de investimentos formados apenas por mulheres. Atenta a isso, a Bovespa até já criou um programa de popularização do mercado de ações dirigido apenas ao público feminino.

E não são apenas mulheres ligadas profissionalmente ao mercado financeiro que estão atentas ao investimento em ações.

Em 1998, um grupo de 14 professoras aposentadas se reuniu para começar a aplicar na Bolsa. Em 2001, elas resolveram institucionalizar o processo e montaram um clube de investimentos, com o apoio técnico de uma corretora. Hoje, 42 mulheres formam esse grupo, batizado de Clube de Investimento Entre Amigas.

"Costumamos nos reunir pelo menos uma vez por mês no sindicato [dos supervisores de ensino] para discutirmos o andamento dos investimentos. Não quero nem ouvir falar em caderneta de poupança ou renda fixa", afirma Rosegleyde Rocha, 60, uma das fundadoras do clube.

E as apostas das mulheres investidoras no mercado têm se mostrado certas.
O "Feng Shui", administrado pela corretora Socopa, é um clube de investimentos formado há um ano por professoras e alunas de uma escola da milenar técnica chinesa. Neste ano, o clube -que conta com 30 mulheres de variadas idades e profissões- já conseguiu rentabilidade em torno de 14%. A poupança tem retorno de 6% no ano, e os fundos de renda fixa ganho médio de 10,8%.

Criado no início de 2003, o clube de investimentos Vespi já deu neste ano uma expressiva rentabilidade de 58%. O Vespi foi formado por mulheres que jogavam tênis no Clube Alto de Pinheiros. Recentemente, alguns homens têm entrado no clube, mas 80% dos 45 participantes ainda pertencem ao público feminino.

A advogada Adelaide Cirillo Maluf, 56, diz que, se ela não tivesse se associado às amigas, "possivelmente não investiria na Bolsa". "Estamos todas muito entusiasmadas. O retorno que temos conseguido com o Vespi é muito superior aos ganhos de aplicações mais tradicionais. O importante é ter consciência de que o investimento em ações é a longo prazo. Não pode sair correndo apenas porque a Bolsa caiu em determinado mês", diz Adelaide.

É o comportamento de quem não tem o costume ou a visão de Adelaide: aplicar quando a Bolsa sobe e sair quando ela cai, perdendo dinheiro com a variação negativa. Ao dar o depoimento, Adelaide mostra que aprendeu como lidar com esse mercado.

Por meio de clubes de investimentos, as mulheres têm encontrado uma forma de participar ativamente do mercado: compartilham conhecimento, juntam seus recursos e montam uma carteira com vários tipos de ação.
Rosegleyde dá até uma dica: "É um bom momento para aplicar em ações de siderurgia".

Expansão
"Com o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, é importante que elas passem a ampliar seus horizontes quando o assunto é economizar e investir", diz Angela Barros, uma das coordenadoras do programa "Mulheres em Ação" da Bovespa.

As mulheres representam atualmente quase metade -mais precisamente 44,6%- da PEA (População Economicamente Ativa), segundo o IBGE. Em 2000, elas respondiam por 41% da força de trabalho no país.

No "Folhainvest em Ação" -pregão virtual promovido pela Folha com o apoio da Bolsa-, há uma mulher para cada quatro participantes homens computados. E o desempenho de suas carteiras tem se destacado.

Além da liderança do simulado deste mês estar nas mãos de uma mulher, outras duas aparecem entre os dez participantes com melhor rentabilidade acumulada em setembro.

FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

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