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Dia 08.09.00

A praça é nossa

Advogado e ambientalista, Paulo Roberto Rebocho criou, em São Paulo, um inusitado hobby, aliviando o estresse: adotar praças.

O hobby começou há três anos, provocado, involuntariamente, pela morte de sua mãe, a jornalista Débora Rebocho -uma praça ganhou seu nome.

Numa homenagem à mãe, Paulo Roberto dispôs-se a cuidar daquele pequena espaço, mantendo a limpeza, aparando a grama e bancando um projeto paisagístico. Tudo com seus próprios recursos.

Ele gostou do impacto de sua intervenção e, desde então, conseguiu autorização da prefeitura para cuidar de mais praças em regiões nobres da cidade de São Paulo. Ao todo, agora, são seis.

Viu, na prática, o princípio da chamada tolerância zero, lançado em Nova York -quando se cuida da cidade, transmitindo a sensação de ordem, os delitos caem. "Com a limpeza e ordem desses espaços, a segurança também veio", afirma Paulo Roberto, que gasta apenas R$ 1.000 por mês para manter as seis praças.

Esse mesmo princípio é testado no vale do Anhangabaú, um dos cartões postais da cidade. Os jardins foram recuperados pela Associação Viva o Centro, uma associação privada cuja missão é recuperar a região central, e pela empresa Votorantin, do empresário Antonio Ermírio de Moraes; o escritório de Antonio Ermírio é localizado em frente a praça Ramos, grudada ao Teatro Municipal.

Esses espaços exalavam odor de urina, fezes, habitado por mendigos, com lixo nas gramas. Usadas como banheiros públicos, as fontes foram iluminadas e funcionam.

"Como estão limpos e organizados, esses espaços inspiram segurança e passa a sensação para o delinquente de que não é aconselhável cometer um delito por ali", afirma Marco Antonio Ramos de Almeida, responsável pelo Viva o Centro.

Não apenas é mais barato como mais eficiente, o envolvimento dos
moradores, participando da preservação da paisagem dos lugares em que vivem ou trabalham. Tornam-se os fiscais e, muitas vezes, em parceria com o poder público.

Um dos homens mais ricos do Brasil, o empresário Antonio Ermírio de Moraes fiscaliza, pessoalmente, os jardins da praça Ramos. "Notei que as pessoas pararem de pisar na grama", diz.

Uma decisão em Nova York recebe elogios unânimes. Um dos mais conhecidos cartões postais da cidade, o Central Park, não é administrado pela prefeitura, mas por uma empresa privada - essa empresa privada é bancada por uma associação mantida com recursos de seus sócios.

Segundo recente reportagem do "The New York Times", o Central Park nunca esteve tão limpo, preservado, bonito e seguro. Os milhares de associados do Central Park são os primeiros a denunciar algum problema e chamar a atenção de quem joga papel ou deixa o cachorro fazer cocô -um crime que custa uma multa de R$ 200.

Em Salvador, o poder público trata de localizar empresas próximas das praças e oferece o patrocínio, desde que se disponham a bancar a preservação. Em Fortaleza, o jornal "O Povo", a Escola Técnica Federal e o Sebrae não apenas adotaram uma praça, mas resolveram transformá-la numa escola a céu aberto. Jovens recebem aulas de teatro, xadrez e música.

A tendência se propaga em São Paulo, graças a pessoas como o advogado Paulo Roberto, mas ao marketing social, autorizados a colocar uma pequena placa nas praças e canteiros. Na região da avenida Brasil, espaço nobre em São Paulo, a iniciativa privada está envolvida na recuperação de seis praças, 28 canteiros centrais e 12 laterais.

Ligar a imagem da empresa à preservação da paisagem, numa cidade tão destruída, serve como exemplo de parceria -e também como melhorar os negócios.

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