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 Dia 20.03.03

     

 

Leia a repercussão da coluna: Estudantes nordestinos receberão ajuda para cursar faculdade

Salve Dimenstein,

Minha mulher é negra, nasceu e cresceu periferia de São Paulo (Jardim Comercial), estudou apenas em colégios públicos e entrou com muito esforço para o curso de Arquitetura da USP, 5 anos atrás. Ou seja, é uma aberração estatística. Hoje é formanda e uma boa aluna.

Sempre brincamos que ela era 50% da quantidade de negros no curso (tinha ela e mais um). E a média de entrada se manteve ou caiu ao longo deste tempo que ela está lá.

Em particular, ela se sente humilhada com a cota de negros do jeito que foi estabelecida no Rio. Ela vive se perguntando qual foi o critério que usaram para medir quão burros os negros são, já que na ampla maioria dos casos dos ingressantes do vestibular, a nota de aprovação foi lá embaixo. E também
vive se perguntando como o mercado vai reagir no futuro, já que, do jeito que está, será criada uma inversão de valores: os não negros serão muito mais competitivos que os negros.

Ex.: se a nota de corte aumentou ainda mais para os não negros, eles vão ter que se "bater" ainda mais para entrarem na Universidade. Uma pessoa de RH vai olhar um sujeito negro, egresso da faculdade pelo sistema de cotas e outro não negro. Mesmas notas (se tivesse acesso a isso). Quem ele vai
escolher? Creio que se o cargo for desses que valorizam a competição acima de qualquer coisa (em bancos isso é comum), o negro está fora, já que o outro, desde o princípio foi submetido a árdua competição.

É uma coisa muito complicada, ficar cogitando um futuro do tipo "e se...", mas o sistema de cotas, realmente é uma pedra no sapato! Não implantar, é injusto, implantar pode criar ainda mais injustiça!

Até mais!

Rogério Prudente

 

 
 
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