Leia
repercussão da coluna: Jovens
mandam dizer que o medo venceu a esperança
Prezado
Sr.
Fiquei
sensibilizada com o artigo, especialmente como o sr.
finalizou o texto: com a questão da leitura.
Como tenho as mesmas preocupações (para
não dizer angústia) com o futuro de nossos
jovens, levanto uma contradição que me
intriga há algum tempo, relacionada à
leitura.
Existem
inúmeras ações de incentivo à
leitura no Brasil. São projetos na esfera do
governo federal, como Proler (http://www.cultura.gov.br/progs/proler/proler.htm),
Biblioteca na Escola (http://www.mec.gov.br/sef/fundamental/pnbetitu.shtm),
etc.,mais projetos estaduais (como Pró-Leitura,
Cantinhos de Leitura, para mencionar apenas os de Minas
Gerais). Isso sem falar no PNLD (http://www.fnde.gov.br/programas/pnld/)
que financia uma prática pedagógica recomendada
atualmente com restrições: o uso do livro
didático.
A
esse esforço governamental soma-se o esforço
acadêmico: existem hoje no Brasil pelo menos cinco
grupos de pesquisa em leitura (CEALE/UFMG, IEL/Unicamp,
UnB, PUC-SP e USP) que desenvolvem estudos avançados
sobre o assunto. Ao mesmo tempo, desenvolve-se no país
uma indústria editorial punjante (ver notícias
da XI Bienal do Livro (http://www.bienaldolivro.com.br/).
Percebe-se
por este pequeno resumo que a questão da leitura
preocupa muita gente. Entretanto, a questão básica,
primária, não é resolvida. Estou
falando sobre o acesso ao livro, que deveria ser feito
no ambiente escolar. Isso não acontece por que
as bibliotecas das escolas de ensino básico estão
na sua maioria fechadas.
E,
ironicamente, não por falta de livros, mas de
pessoas que façam funcionar esse espaço,
que é único em fornecer a variedade de
livros necessária para desenvolver na base o
gosto pela leitura.
Estamos
morrendo na praia. Algo precisa ser feito com urgência
para aproximar as crianças dos livros e a biblioteca
escolar pode ser uma boa opção.
Cordialmente,
Bernadete Campello
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