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Justiça e Cidadania
01/09/2004
Promotor quer investigar obra de escola de latinha

A Promotoria da Justiça e Cidadania irá investigar a Prefeitura de São Paulo por improbidade administrativa (má gestão pública) na contratação de duas empreiteiras que farão as obras para a substituição de 14 "escolas de latinha" por unidades feitas de alvenaria.

As empresas foram contratadas sem licitação, por meio de atas de registros de preço que, segundo o Ministério Público, não podem ser utilizadas nesses casos.

O promotor de Justiça e Cidadania, Sílvio Marques, afirma que as atas de registros de preço podem ser utilizadas apenas para as compras de materiais e equipamentos, mas não para a contratação de prestação de serviço como, segundo ele, foi feito no caso.

Reportagem publicada ontem pelo "Jornal da Tarde" mostrou que atas -destinadas a serviços de manutenção, reparação e complementação de obras em pontes e viadutos, entre outros- foram utilizadas para autorizar a reconstrução das escolas.

Além disso, os processos para a substituição das escolas teriam sido assinados por uma psicóloga, Maria Carmem da Silva, em vez de um arquiteto ou engenheiro.

As chamadas "escolas de latinha" -unidades provisórias de aço- foram construídas durante a gestão de Celso Pitta (97-00) e foram alvo de críticas, entre elas da então candidata Marta Suplicy (PT), por esquentarem facilmente e terem uma acústica inadequada.

A prefeita Marta Suplicy prometeu acabar com elas até o final deste ano, quando termina seu mandato. Segundo a prefeitura, das 61 "escolas de latinha" que foram criadas na gestão anterior, dez não existem mais, 34 estão em construção para substituí-las, e 17 serão readequadas no local.

Marques também afirmou que encaminhará uma solicitação à Promotoria de Justiça Criminal para que seja instaurado um inquérito policial que investigue a utilização das atas de registro.

"É crime não fazer licitação quando a lei determina. Nesse caso, é claro que deveria ter sido feita [licitação]", afirmou Marques.

Segundo ele, "dentro da irregularidade, tem outra irregularidade", porque as atas não poderiam ser utilizadas na contratação de serviços e, tendo sido utilizadas, não poderiam ser definidas para reparos de pontes e viadutos quando se destinam às escolas.

O vereador William Woo (PSDB) está colhendo assinaturas para a instauração de uma CPI para apurar as denúncias.



VICTOR RAMOS
da Folha de S.Paulo

 
 
 

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