A Mesa Diretora da Câmara
dos Vereadores de São Paulo se reuniu na tarde de ontém
e cancelou uma decisão que havia revogado corte nos benefícios
de 78 funcionários que representou uma economia de R$
500 mil por mês.
De
acordo com o vereador Arselino Tatto (PT), no final do ano
passado quando era presidente da Câmara-- a diretoria
geral da Casa considerou uma declaração de voto
do vereador Goulart (PMDB), um aditamento no voto do vereador
Farhat (PT) e um voto em separado de Toninho Paiva (PL), favoráveis
à revogação para cancelar o corte dos
benefícios desses funcionários.
Tatto afirma que os votos desses vereadores
foram encaminhados à diretoria geral da Câmara
posteriormente à decisão da Mesa que determinou
os cortes. Como eram votos de três dos cinco vereadores
que compunham a Mesa, a diretoria geral, segundo o petista,
considerou que houve decisão da maioria em favor do
corte dos benefícios.
"No dia 31 de dezembro publicaram
no 'Diário Oficial' uma decisão [com os votos
aditivos dos vereadores] que não passou pela presidência
da Casa, tornando sem efeito a decisão do dia 18 e,
pior, pagaram esse salários absurdos. Vou encaminhar
essa decisão para o Ministério Público
e o presidente [Roberto Tripoli] me garantiu que vai instaurar
uma sindicância na Casa", disse Tatto.
Os cortes nos benefícios haviam
sido determinados pelo Tribunal de Contas do Município.
Tatto acusa a diretora geral Lia Mara Chagas como uma das
responsáveis pelo ato. "Com esse tipo de informação,
a diretora geral fez publicar no 'Diário Oficial' e
mandou fazer o pagamento, que estava suspenso desde o dia
18."
Tatto apontou o corporativismo dos
funcionários da Câmara como responsável
pelo ato. "Aqui há um espírito de corpo
muito grande. Cerca de 20% dos funcionários da Casa
atuam de forma para manter os privilégios que conquistaram
de forma ilegal durante anos."
Outro lado
A diretora geral disse à Folha Online que
cumpriu a determinação de que os votos tinham
caráter colegiado (e, portanto, poder decisivo) e que
o exposto neles deveria ser cumprido.
CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online |