Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente

Dia 01/05/01

 

 


Programas preparam jovens para o mercado

Natasha Madov e Raquel Souza
Especial para GD

Preparar jovens de baixa renda para enfrentar o mercado de trabalho é o objetivo de projetos do Senac e da Associação Profissionalizante da Bolsa de Mercados e Futuros (APBM&F).

O Programa Educação para o Trabalho (PET) do Senac nasceu em 1996 a partir de uma pesquisa para verificar as reais necessidades do jovem ao entrar no mercado de trabalho. "Com isso, pudemos formatar o programa para incluir as competências básicas para o mercado, como relações interpessoais, auto estima e autonomia," relata Maria Tânia Bueno, coordenadora do programa para o Estado de São Paulo.

Durante seis meses, adolescentes de baixa renda entre 14 e 18 anos, aprendem a cuidar da saúde, da aparência pessoal, recebem noções de alimentação, informática, transações comerciais, atendimento ao cliente, simulam um processo seletivo e passam dez dias vivenciando situações de trabalho em empresas de verdade. Desde 1997 o programa já formou 14 mil jovens, a um custo, bancado pelo Senac e empresas parceiras, de R$ 720 por aluno. Destes, 6.600 estão empregados.

Embora muitas companhias procurem o Senac para contratar formandos do PET, não há nenhum convênio formal para empregar quem passa pelo curso. "Nós queremos trabalhar o jovem para que ele se sinta preparado para buscar seu emprego," diz Maria Tânia.

APBM&F - Há cinco anos, a Associação Profissionalizante da Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo (APBM&F) oferece para jovens de baixa renda cursos de informática, idiomas, atendimento ao cliente, confecção, fotografia, serigrafia, técnicas de construção civil, entre outros. Nesse período, a entidade já capacitou mais de mil jovens.

De acordo com Juliana Pires da Costa Pagano, coordenadora da Associação, as atividades cumprem o intuito de recuperação da auto-estima, o estabelecimento de metas e objetivos de vida, a cidadania e a procura pelo conhecimento. A APBM&F ainda oferece oficinas de valorização pessoal, arte, cultura, ética profissional, dinâmica de grupo e equilíbrio psicológico.


 

 
                                                Subir    

Empresas patrocinam aprendizagem técnica

Cristina Mori
Equipe GD

Parcerias entre empresas e o Senai (Serviço Nacional da Indústria) têm permitido que jovens realizem cursos profissionalizantes dentro de fábricas em todo o país.

A fabricante de componentes automotivos Sachs, de São Bernando do Campo (SP), é uma das que estimula os filhos de seus funcionários a se inscrever no curso de aprendizagem industrial do Senai.

O programa é voltado para jovens de 14 a 18 anos que tenham concluído o Ensino Fundamental e tem duração de dois anos. Durante o primeiro, os aprendizes cumprem uma jornada escolar de quatro horas diárias e realizam, durante as férias, atividades práticas dentro da fábrica. No segundo ano, passam meio período no Senai e meio período na empresa.

Os jovens patrocinados pela Sachs recebem os mesmos benefícios que os funcionários regulares da companhia, como cesta básica e vale-transporte. A bolsa-auxílio possui valor equivalente a um salário mínimo (R$ 180). Após os dois anos de curso, os aprendizes abaixo dos 18 anos completam mais um ano exclusivamente na fábrica. Passam a receber R$ 305 nos cinco primeiros meses, e R$ 402 nos sete meses restantes - valor piso da categoria.

Hoje, sete jovens fazem parte do programa da Sachs. Segundo José Orlando de Souza, do departamento de Recursos Humanos da empresa, o programa existe há mais de 20 anos e 75% dos aprendizes costumam ser efetivados.

Na Klabin Kimberley, fabricante de papel, a seleção inicial fica por conta do Senai, que sempre dá preferência a filhos de funcionários das empresas conveniadas ao sistema. Após essa fase, a própria Klabin realiza um processo seletivo.

O aprendiz recebe 50% do piso da categoria até a metade do curso e 75% do piso no período restante. O valor atual do piso está em R$ 451.

As três fábricas da Klabin, em Mogi das Cruzes, Cruzeiro (SP) e Correia Pinto (SC), contam hoje com oito aprendizes. A efetivação não é assegurada.

Dos 13.037 jovens matriculados no curso de aprendizagem industrial do Senai neste primeiro semestre, apenas 3.414 são patrocinados por empresas (26,2%).

 

 
                                                Subir    

Comissão aponta 81 piores formas de trabalho infantil

Rodrigo Zavala
Equipe GD


O ministro do Trabalho, Francisco Dornelles, instalou no final do ano passado uma comissão tripartite, envolvendo governo, sindicatos e empresas, para fazer um levantamento das piores formas de trabalho infantil. A preocupação não é para menos. No último relatório divulgado pela OIT, cerca de 2,9 milhões de crianças entre 5 e 14 anos de idade ainda trabalham no Brasil. Delas, mais de 800 mil possuem tarefas classificadas como "piores formas de trabalho infantil".

Durante os meses que se desenrolaram as pesquisas, os envolvidos foram unânimes ao declarar 81 atividades perigosas ou insalubres para crianças e adolescentes. "Nós especificamos quais são os trabalhos impróprios para auxiliar a fiscalização repressiva e erradicar o trabalho infantil", afirma Gláuber Maciel Santos, presidente da comissão e coordenador de projetos especiais do Ministério do Trabalho e do Emprego.

Entre as atividades levantadas pela comissão, que se enquadram aos parâmetros de piores formas de trabalho infantil da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estão: a atividade escrava ou servil, a protituição, a participação da criança na produção ou tráfico de drogas e o serviço em ambientes que prejudiquem sua saúde, segurança ou moral.

Entretanto, um dos problemas constatados por Santos se refere ao número de fiscais disponibilizados para autuar quem promove esse tipo de crime e encaminhar o menor à assistência social. "Temos pouco mais de 3 mil fiscais e 5.603 municípios". Ou seja, não há fiscais suficientes pera desenvolver um tabalho efetivo a curto prazo.

E há muito trabalho para ser feito. Segundo o relatório da OIT, em números absolutos, São Paulo é o lugar onde há mais criança e adolescentes empregados: 952 mil na área urbana e 113 mil na rural. Já em números relativos, Bahia lidera, com 345 mil trabalhadores de 5 a 17 anos nas cidades e 552 mil no campo.

A OIT destacou também que nas zonas urbanas, o fato de trabalhar reduz em 16% a chance ao acesso dos menores à escola - no meio rural esse índice não passa dos 7%. Além disso, 88% dos trabalhadores abaixo de 10 anos, seja nas cidades ou no campo, não são remunerados.

 

 

 
                                                Subir    
   ANTERIORES
  Ambiente hostil causa problemas psicológicos em professores
  Reforma das leis trabalhistas não devem ser apenas promovidas pelo governo
  Empresas nordestinas têm grande participação social
  Aids se dissemina entre usuários de crack
  Permanecer na escola tira jovens do crime, diz pesquisa
  Rigidez da lei estimula trabalho informal
  Empresas precisam conscientizar funcionários sobre importância do e-mail
  Formação continuada é fundamental para satisfação profissional
  Idade e qualificação são os maiores obstáculos para desempregados
  Shoppings mascaram problemas fiscais investindo em campanhas sociais
  Empresas não querem mais fumantes, apontam pesquisas
  Perfil da juventude acompanha mudanças do mercado de trabalho
  Pais, filhos e drogas: uma relação tão complicada
  Emenda na lei pode fazer empresas "escaparem" das cotas para deficientes
  Instituto Ethos lança manual para valorizar as diferenças
  Infoexclusão se reduz com parcerias entre empresas, governo e comunidade
  Infoexclusão brasileira é acelerada pela alto custo da Internet
  Universitários não se mobilizam para atender mercado, aponta pesquisa
  Apenas dois candidatos podem recuperar o centro de SP, diz urbanista
  Experiências municipais bem sucedidas