Desemprego jovem fica fora do 1º de Maio
Neste dia do
Trabalho, o GD elegeu como prioridade mostrar as dificuldades e
experiências positivas de inserção do jovem
no mercado de trabalho. Uma das faces mais duras do desemprego brasileiro,
o trabalho juvenil nem sempre aparece na pauta das comemorações
de 1º de Maio.
Confira matérias
inéditas e exclusivas sobre as festas das centrais sindicais
- que parecem ignorar o tema - e ainda o trabalho jovem, a legislação
do trabalhador adolescente, programas profissionalizantes e o persistente
trabalho infantil:
- Centrais
sindicais repetem mega-festas para atrair trabalhador
- Jovem precisa de políticas públicas
para facilitar ingresso ao trabalho
- Legislação autoriza trabalho a
partir dos 14 anos
- Programas preparam jovens para o mercado
- Empresas patrocinam aprendizagem técnica
- Comissão aponta piores formas de
trabalho infantil
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Centrais
sindicais repetem mega-festas para atrair trabalhador
Cristina Veiga
Especial para o GD
As centrais
sindicais vão repetir os mega-eventos dos últimos
anos para tentar reunir milhares de pessoas na comemoração
do Dia do Trabalho. Show de 20 cantores e grupos famosos, mais sorteios
de apartamentos e de carros devem reunir mais de um milhão
de pessoas na mega-festa programada pela Força Sindical.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) contratou três
artistas e acha que, com mais as estrelas políticas do PT,
será capaz de reunir pelo menos 100 mil pessoas.
Quem for à
festa da Força vai concorrer a 10 automóveis Corsa
e cinco apartamentos no valor de R$ 42 mil cada. Centrais de serviços
gratuitos, como emissão de documentos, serão montados
para atender aos presentes.
Parte dos custos com o evento será paga por empresas como
General Motors, Brahma, Telefônica e Petrobrás, que
adquiriram cotas de propaganda para colocarem painéis e balões
publicitários no local.
A comemoração
da CUT não fica muito atrás. O show musical ficará
por conta do grupo Fundo de Quintal, da dupla Claudinho e Bochecha
e de Frank Aguiar. As estrelas do Partido dos Trabalhadores (PT)
também devem garantir parte do público. A prefeita
de São Paulo, Marta Suplicy; o presidente nacional do partido,
José Dirceu, o presidente da CUT, João Felício
e outros 15 oradores serão responsáveis pela parte
"polítizada" das comemorações.
"Sempre
usamos a música engajada em nossas comemorações",
reagiu o secretário-geral da CUT-SP, João de Oliveira,
para comparar os artistas contratados com compositores politicamente
atuantes como Chico Buarque e Geraldo Vandré. "Esse
é o nosso diferencial. A Força Sindical é que
está fazendo o 1º de Maio da ilusão. O cara vai
lá achando que vai resolver sua vida ganhando um carro e
uma casa", atacou ele em entrevista ao GD.
Irritadíssimo
com as acusações do dirigente da CUT, o presidente
da Força Sinidical, Paulo Pereira da Silva, primeiro disse
ao GD que não responderia nada porque sequer sabia quem era
"esse tal de Joãozinho; manda eles trabalharem e pararem
de ficar enchendo o saco". Logo depois, no entanto, ele acusou
a CUT de usar os mesmos recursos da Força para atrair os
trabalhadores. "A diferença é que eles estão
pagando para trazer os cantores e para nós eles fazem show
de graça. Trabalhador também precisa de lazer e música",
retrucou
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Jovem
precisa de políticas públicas para facilitar ingresso
ao trabalho
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Ao lançar
o livro "A Batalha do Primeiro Emprego", em junho de 2000,
o professor da Universidade de Campinas e economista Márcio
Pochmann advertiu: o desemprego atinge mais os jovens, que, sem
perspectiva, precisarão de apoio de programas públicos
especiais para facilitar o primeiro emprego.
Na época,
o economista utilizou como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(Pnad-IBGE). A pesquisa revela que o volume de desempregados jovens,
entre 15 e 24 anos, passou de 1 milhão em 1989 para 3,3 milhões
em 1998. "Com isso, a taxa de desemprego juvenil aumentou de
5,8% para 17,1%", apontou.
Hoje, Pochmann
não vê possibilidade de melhora do quadro com um simples
aquecimento do mercado. Ele defende a distribuição
de renda por meio de programas como os de bolsa-escola e renda mínima,
mantendo os jovens sem qualificação profissional por
mais tempo na escola. Entretanto, conta, os programas precisam de
estratégias diferentes para os diferentes níveis de
formação, já que a universidade não
é uma opção para todos.
"Países
como Alemanha e França retardam a entrada do jovem no mercado
de trabalho transferindo renda às famílias mais pobres,
que precisariam que seus filhos trabalhassem para complementar o
orçamento."
Para Alexandre
Youssef, coordenador da Juventude da Prefeitura de São Paulo,
as parcerias entre poder público, empresas, ONGs e grupos
juvenis organizados são o melhor caminho. O coordenador acredita
em iniciativas específicas de geração de empregos
para jovens, utilizando os recursos propostos pela prefeitura. "O
jovem precisa de mais projetos de formação profissional",
afirma.
Mesmo assim,
Youssef adverte: "Não podemos nos restringir a isso".
Os jovens, conta, devem se aproximar das esferas políticas
para propor suas demandas."Devemos criar medidas que abarquem
a participação do jovem não só no mercado
de trabalho, mas também na elaboração de políticas
públicas que vão beneficiá-lo", conclui.
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Legislação
autoriza trabalho a partir dos 14 anos
Desde o final
do ano passado, jovens entre 14 e 16 anos podem trabalhar legalmente,
na condição de aprendizes. Isso implica que o trabalho
só pode ser realizado se o adolescente estiver regularmente
inscrito em um programa de formação técnico-profissional.
A legislação garante remuneração de
pelo menos um salário mínimo hora e jornada de no
máximo seis horas diárias.
A lei nº
10.097, de 19 de dezembro de 2000, estabelece ainda a obrigação
das empresas em abrir espaço a um número de aprendizes
equivalente a no mínimo 5% e no máximo 15% do total
de trabalhadores em funções que demandem formação
profissional.
Veja a íntegra
da lei
Links Úteis
- ECA
e trabalho jovem
- Organizações
- Educação
- Políticas Sociais
- Direitos
- Saúde
- Projetos
Estatuto
da Criança e do Adolescente
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
DO DIREITO À
PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO
NO TRABALHO
Art. 60 - É
proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade,
salvo na condição de aprendiz.
Art. 61 - A
proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada
por legislação especial, sem prejuízo do disposto
nesta Lei.
Art. 62 - Considera-se
aprendizagem a formação técnico-profissional
ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação
de educação em vigor.
Art. 63 - A
formação técnico-profissional obedecerá
aos seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória
ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64 - Ao
adolescente até quatorze anos de idade é assegurada
bolsa de aprendizagem.
Art. 65 - Ao
adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados
os direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66 - Ao
adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho
protegido.
Art. 67 - Ao
adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho,
aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental
ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as
cinco horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação
e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e
social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam
a freqüência à escola.
Art. 68 - O
programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade
de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos,
deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições
de capacitação para o exercício de atividade
regular remunerada.
§ 1° - Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral
em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento
pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2° - A remuneração que o adolescente recebe
pelo trabalho efetuado ou a participação na venda
dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
educativo.
Art. 69 - O
adolescente tem direito à profissionalização
e à proteção no trabalho, observados os seguintes
aspectos, entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado
de trabalho.
Organizações voltadas à
criança e ao adolescente
Agência de
Notícias dos Direitos da Infância
Unicef
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Educação
CENPEC
- Centro de Estudos e Pesquisa para a Educação
CyberSchoolBus
- Projeto da Nações Unidas (em inglês, francês
e espanhol)
Fundescola
- Conjunto de ações do MEC para o ensino fundamental
nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste
Ministério
da Educação
Missão
Criança - Mania de Educação
Cidade-Escola
Aprendiz
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Políticas
Sociais
IBASE - Instituto
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
IBGE
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Rebidia
- Rede Brasileira de Informação e Documentação
sobre a Infância e a Adolescência
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Direitos
das Crianças e dos Adolescentes
ABMP - Associação
Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância
e da Juventude
Abrapia
- Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção
à Infância e à Adolescência
Anistia
Internacional
Base de Conhecimento
sobre Trabalho Infantil no Brasil - Fundação
Abrinq e OIT
Cecria
- Centro de Referência, Estudos e Ações sobre
Crianças e Adolescentes
CONANDA
- Conselho Nacional da Criança e do Adolescente
Ministério
da Justiça - Departamento da Criança e do Adolescente
Projeto
Axé de Defesa e Proteção à Criança
e ao Adolescente
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Saúde
Ministério
da Saúde - Coordenação Nacional de DST/Aids
Ministério
da Saúde - Programa Saúde do Adolescente
Ministério
da Saúde - Adolesite - Aprenda mais sobre Aids, sexualidade,
drogas, doenças sexualmente transmissíveis e prevenção
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Projetos
IBGE
Teen
Iguais - Um
site feito de jovem para jovem
www.iguais.com.br
IPA
- Instituto Paulista de Adolescência/ Revista Pais & Teens
Jornal
Radcal
Movimento
Nacional de Meninos e Meninas de Rua
Programa
Aprendiz Comgás - PAC
Projeto
de Vida - Coluna de David Pontes no Jornal da Tarde
Protagonismo
Juvenil
Rede
Kidlink - rede global de diálogo sobre crianças
e adolescentes
Renascer
- Grupo de Apoio à Saúde da Criança e do Adolescente
http://www.casarenascer.org
Voices
of Youth (Vozes da juventude) - programa da UNICEF (em inglês,
francês e espanhol)
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