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Dia 06/03/01

 

 


Permanecer na escola tira jovens do crime, diz pesquisa

Raquel Souza e Rodrigo Zavala
Equipe GD

Freqüentar a escola pode ser o que mantém os jovens de baixa renda fora do crime. Pesquisa do pediatra José Ricardo de Mello Brandão, da USP, mostra que apenas 2,7% dos menores infratores da capital paulista estavam acima da 8ª série, ao serem internados pela primeira vez na Febem. Menos de 50% dos jovens freqüentavam a escola quando foram presos ou cometeram a primeira infração.

A falta de escolaridade também parece relacionada com a reincidência. "Apenas 9,1% dos que estão acima da 8ª série são reincidentes, número três vezes menor do que o daqueles que estudam até a 4ª série", afirma Brandão.

A pesquisa, intitulada "Adolescentes infratores em São Paulo: retrato da exclusão social?", acompanhou durante quatro anos dados estatísticos e o dia-a-dia dos menores infratores do município de São Paulo, e foi parte de sua dissertação de mestrado, defendida na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

"A maior parte dos meninos infratores tem um histórico de abandono ou expulsão do ambiente escolar. A escola é o elo perdido do adolescente infrator", conta o médico. Seu estudo indicou que há um caminho linear entre o abandono da escola e o ato infracional.

Os resultados obtidos pelo pediatra não são exclusividade paulistana. No Brasil todo, 96,6% dos menores infratores não concluíram o ensino fundamental, de acordo com levantamento do Ministério da Justiça.

A escolaridade dos pais também conta. As crianças e adolescentes com mães com maior escolaridade e posicionamento positivo perante a vida acabam se envolvendo menos com infrações. Mães com menos vivência escolar ou com problemas de depressão estão associadas com maiores taxas de delinqüência grave (prisões e condenações).

Privilégio aos que estudam

Para Karina Sposato, gerente da área de criança e do adolescente do Instituto Latino Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud), estar fora da escola faz a diferença desde o flagrante: quem não estuda vai direto para a Febem, enquanto os outros podem responder ao processo em liberdade. "Se o jovem não for estudante, será considerado pela polícia mais perigoso do que um infrator que freqüente a escola", afirma.

A importância de estudar muitas vezes é reconhecida pelo próprio infrator. Karina relata que alguns ex-internos admitiram que o aspecto positivo da Febem era a oportunidade de freqüentar classes de aceleração. "Eles mesmos reconheceram que isso não teria sido possível nas ruas", lembra.


 

 
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