Shoppings
mascaram problemas fiscais investindo em campanhas sociais
Ligia Rechenberg
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Em vez de sorteios de carros
e viagens de luxo, campanhas para arrecadar alimentos e brinquedos ou ajudar crianças
com câncer. Neste final de ano, alguns shoppings centers de São Paulo
parecem mais dispostos a difundir o "espírito natalino". Coincidentemente,
este é o primeiro ano em que as exigências legais para realizar os
tradicionais sorteios ficaram mais rígidas.
A Alshop (Associação dos Lojistas de Shopping do Estado de São
Paulo) admite que um dos motivos para a diminuição dos prêmios
tradicionais (carros, motos, eletrodomésticos) foi a "burocracia"
de uma portaria do Ministério da Fazenda, que condiciona a autorização
dos sorteios à comprovação da quitação dos
débitos fiscais de todos os lojistas.
Ou seja, um shopping só
pode realizar sorteios que envolvam troca de notas fiscais se todas as suas lojas
apresentarem certidões negativas comprovando que estão em dia com
a Receita Federal.
Por causa dessa barreira,
em relação ao ano passado, os estabelecimentos investiram 20% a
mais em publicidade, decoração e ações de marketing
como as que sensibilizam os consumidores a aderir às campanhas sociais.
Para o gerente de Marketing
do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social,
Leno F. Silva, as campanhas divulgadas pelos shoppings são passageiras
e não contribuem efetivamente com as entidades beneficiadas. "São
basicamente ações filantrópicas e mercadológicas,
que não apresentam um real comprometimento social", afirma.
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