Desarticulação
do PSDB assusta investidores internacionais
Rodrigo Zavala
Equipe GD
A completa desarticulação
do PSDB arranhou não apenas a candidatura de José
Serra como também fez disparar o risco de se investir no
país. Ou seja, aumentou a desconfiança de que o país
não pague o dinheiro que deve lá fora. É o
"risco-Brasil" ou "vulnerabilidade do mercado".
O estopim foi a entrevista concedida pelo ministro Paulo Renato
Souza e o ex-titular da pasta das Comunicações Luiz
Carlos Mendonça de Barros dada à Revista Veja. Nela,
eles confirmaram ter ouvido do empresário Benjamin Steinbruch
que o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira
pediu um troco de R$ 15 milhões para organizar um consórcio
capaz de bater a Votorantim na compra da Vale do Rio Doce.
Quando a notícia
repercutiu, o risco país subiu de 879 para 906 pontos (9,06
pontos porcentuais acima dos títulos do Tesouro americano),
o dólar fechou em alta de 0,5%, cotado a R$ 2,421, depois
de atingir a máxima de R$ 2,439, e a bolsa recuou 1,42%.
O que causa
instabilidade no mercado é a possibilidade de o governo ser
atingido pelas acusações. As denúncias de que
o presidente Fernando Henrique Cardoso sabia da suposta tentativa
de cobrança de propina por Ricardo Sérgio e não
tomou providências podem arranhar a imagem do governo, associando-o
a irregularidades nas privatizações.
Nesse cenário,
o mercado teve mais um dia de instabilidade. Os investidores continuaram
vendendo títulos da dívida externa, elevando o risco
país, que fechou no nível mais elevado desde da crise
argentina de dezembro, que resultou na queda do governo de Fernando
de la Rúa.
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