Demissão
mais cara estimula informalidade, diz Pastore
Rodrigo Zavala
Equipe GD
As empresas
que demitirem irão arcar, a partir do dia 28, com um custo
10% maior sobre o valor da multa rescisória, que era de 40%
e passará a 50%. Mais: as grandes e médias empresas
terão que desembolsar 0,5% adicionais a partir de novembro
sobre a folha de salários.
Os recursos
adicionais não vão para o trabalhador, mas para o
caixa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Tudo
isso para que o governo tenha como pagar a correção
monetária da conta vinculada de FGTS por causa dos Planos
Verão e Collor 1.
Segundo o economista
José Pastore, os adicionais implicam em um aumento real de
25% nos encargos trabalhistas. "O alto custo para empregar
é um estímulo para a informalidade e um desestímulo
para o aumento de emprego", avisa. Pastore diz ainda que alguns
setores irão se mecanizar para baratear a produção.
Outro ponto
importante lembrado pelo economista é a injustiça
com empresas que têm por filosofia não demitir seus
empregados. "Essas empresas possuem um passivo trabalhista
que chegará a números altíssimos", comenta.
Para Pastore,
os empresários não poderão contar com o bolso
do consumidor para cobrir os novos gastos. A concorrência
com os produtos importados, devido à política de abertura
comercial, e o controle da inflação promovido pelo
governo manterão os preços dos produtos. "Se
pensam que poderão repassar os prejuízos, toparão
com um grande obstáculo pelo caminho", acredita.
Osmar Assaf, presidente da Associação Paulista dos
Supermercados, afirmou à reportagem do jornal O Estado de
São Paulo que os empresários pretendem entrar com
ações contra a constitucionalidade da nova lei. "A
lei se baseia no pagamento de uma conta devida ao trabalhador. Só
que a responsabilidade da dívida é do governo",
explica.
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