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Dia 16.01.02 às 17h33min
 

 

Desemprego industrial aumenta desigualdade de rendimentos em SP

Rodrigo Zavala
Equipe GD

Como a renda média dos chefes de família do Estado mais rico da nação pode ter crescido 10,3% abaixo dos demais brasileiros? Segundo pesquisa realizada pelo secretário municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade, Marcio Pochmann, o rendimento mensal dos chefes de família do Estado de São Paulo cresceu 2,85% em média por ano de 1991 a 2000. No mesmo período, a renda média dos chefes de família brasileiros aumentou 3,96% ao ano.

Na análise do secretário, o desenvolvimento de um novo modelo econômico a partir de 1990 foi desfavorável aos Estados mais industrializados. A abertura comercial, produtiva, financeira e tecnológica, aliada às altas taxas de juros, culminou no fechamento, transferência e internacionalização de empresas. Os centros de tomada de decisão foram deslocados, e produtos e serviços nacionais, substituídos por importados.

Como consequência, houve forte contenção de empregos na indústria. O conjunto de municípios mais ricos do Estado, que abrigam 80,7% da população e 87,9% de todo o rendimento dos chefes de domicílios paulistas, perdeu empregos industriais. Enquanto isso, os municípios mais dependentes dos setores primário e terciário elevaram ligeiramente a quantidade de empregos, possivelmente aumentando o número de ocupações associadas a atividades de serviços industriais (oficinas mecânicas, funilaria, serralharia, entre outros).

O resultado, diz o economista, foi a perda de participação do emprego assalariado no total da ocupação, especialmente dos postos de trabalho com registro formal. A redução foi compensada, em parte, pelo aumento das ocupações precárias. Porém, estas foram insuficientes para absorver toda a mão-de-obra. Por conta disso, ocorreu a explosão do desemprego no Estado de São Paulo.

Outro estudo, conduzido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), corrobora a pesquisa do secretário. Segundo a entidade, a indústria paulista eliminou, em sete anos, 570 mil postos de trabalho. Como resultado, a renda do trabalhador caiu, as vendas desabaram e as indústrias reduziram suas metas de produção. O estopim foi a crise energética. Sem eletricidade, projetos de expansão industrial foram revistos. Estima-se que deixaram de ser criadas 13 mil vagas no ano passado, em decorrência da crise de energia.

Para reverter este quadro, segundo Pochmann, o Brasil deveria crescer, no mínimo, 5,4% ao ano, e não 2,8%, como têm acontecido. "O governo precisa também retomar políticas de desenvolvimento local e regional, abandonadas há dez anos", afirma o secretário. O economista defende políticas de investimento independentes do capital externo e de transnacionais - que sempre "fogem" nos momentos de crise. Ele defende ainda o fim da guerra fiscal entre os Estados e municípios, pois acredita que apenas a isenção de impostos já mostrou não trazer os benefícios almejados.

Leia mais
- Indústria perde 570 mil vagas no Plano Real

 

 
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