Boas
notícias melhoram imagem do PT
Rodrigo Zavala
Equipe GD
Depois de desfraldar
bandeiras contra os acordos brasileiros com o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e exigir com extrema eloquência o aumento
do salário mínimo para R$240, o Partido dos Trabalhadores
se viu em uma difícil situação quando chegou
ao poder. O próprio coordenador político da equipe
de transição do governo eleito, José Dirceu,
chegou a dizer que o cenário econômico que poderia
oferecer as promessas petistas não existe mais e as promessas
não poderiam ser cumpridas.
No entanto,
dois fatos ocorridos esta semana apontam para caminhos mais otimistas
do governo de Lula. O primeiro foi o afinado encontro entre a equipe
de transição do governo eleito e representantes do
FMI.
A conversa durou
duas horas e preparou terreno para a segunda revisão do acordo
do Brasil com o Fundo. Fevereiro é quando o PT quer discutir
temas centrais do empréstimo de US$ 30 bilhões como
a revisão da meta de superávit primário - estipulada
em 3,75% do Produto Interno Bruto no ano que vem - e o saque dos
US$ 24 bilhões liberados a partir de janeiro.
A outra notícia
foi dada pela Comissão de Orçamento do Congresso,
que finalizou as estimativas da arrecadação federal
em 2003. Ela será R$ 16,7 bilhões superior ao previsto
pelo Executivo em agosto, quando enviou a proposta orçamentária
para o Congresso
Do montante,
R$ 5,5 bilhões poderão - em tese, diga-se - ser utilizados
para financiar o reajuste do mínimo. O resto obrigatoriamente
é destinado a um aumento das despesas na área da saúde,
do Fundo de Combate à Pobreza e de transferências a
Estados e municípios. Isso pode possibilitar um aumento do
salário mínimo para, pelo menos, R$230.
Porém,
mesmo os R$ 5,5 bilhões podem ser sacrificados se não
forem evitadas as emendas de parlamentares, que querem cada centavo
para obras em redutos eleitorais. Assim, os recursos para o aumento
do mínimo ficariam escassos e seria necessária a aprovação
de fontes de receitas adicionais no Congresso até o fim deste
ano.
De qualquer
forma, as notícias fortalecem a imagem do novo governo e
ainda podem ser decisivas para evitar a ressaca do dia 02 de janeiro,
após a festa de posse de Lula.
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