O vice-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Vaccari, criticou a aplicação do FGTS em ações da Petrobras. Segundo ele, o FGTS é um dinheiro que deve ser aplicado no “social” e não no mercado especulativo.

"Esse dinheiro tem de ser aplicado na construção da casa própria, em infra-estrutura ou em saneamento. Se é apenas para ganhar dinheiro, é melhor utilizar esses recursos para financiar o déficit do governo, que rende mais e não tem riscos", diz Vaccari.

"O governo quer compensar a falta de investidores no mercado, estimulando o trabalhador a colocar o dinheiro no mercado especulativo."

Já a Força Sindical, entidade que também é ligada aos trabalhadores, está participando diretamente da compra das ações da Petrobras, por meio do fundo Força/Bradesco.

Para Paulo Rabelo de Castro, da Força Sindical, a aplicação do dinheiro do FGTS em papéis da Petrobras abre uma nova opção para que o trabalhador possa investir esse dinheiro.

"Hoje em dia, os recursos do FGTS servem apenas para financiar o déficit público. Com esse investimento, você dá ao trabalhador uma nova opção", afirma Castro.

"O discurso da CUT está fora da realidade econômica. Esse dinheiro continuará sendo FGTS. Ele não poderá ser utilizado no mercado especulativo."

Segundo Castro, mesmo comprando as ações da Petrobras, o trabalhador só poderá sacar o dinheiro nos casos previstos em lei (demissão sem justa causa, aposentadoria, doença grave, compra da casa própria, etc.).

Caso a pessoa desista do investimento nas ações da estatal, ela poderá vender os papéis e retornar a sua conta original do FGTS.