O mercado financeiro aposta que o governo jamais vá deixar as ações da Petrobras despencarem. Se precisar, vai entrar comprado os papéis para manter a cotação. O governo vai fazer de tudo para manter a salvo a experiência piloto de pulverizar em milhares de investidores ações de estatais.

A demanda pelos Fundos Mútuos de Privatização que participarão da oferta pública da Petrobras poderá superar os R$ 3,1 bilhões direcionados pelo FGTS para a aplicação em ações, segundo expectativa do mercado.

O governo deverá vender todo o lote ofertado de 28,48% do bloco de controle da Petrobras e o sucesso da operação se dará, principalmente, pela possibilidade de utilização do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Segundo analistas, a procura pelos fundos deve aumentar com a campanha publicitária que a estatal deve massificar nos últimos dias para adesão. Para a analista do setor de energia da corretora Planner, Wanh Jiang Horng, os fundos com uso do FGTS chamam atenção pelo desconto de 20% no preço da ação.

Ela acredita que o bom histórico da Petrobras também é um atrativo para os investidores. "A empresa tem anunciado investimentos agressivos." Horng disse que as ações da Petrobras devem fechar o ano com valorização superior à da Bolsa de Valores de São Paulo.

Até sexta-feira, o papel ordinário da estatal acumulava alta de 31,9% no ano, enquanto o preferencial tinha valorização de 18,64%. Já o Índice Bovespa registrou alta de apenas 2,97% no mesmo período.