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10/11/2005
-
18h14
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A relação entre patrão e empregado doméstico ultrapassa os limites da organização do lar. A opinião da doméstica é fundamental na decisão de compra da patroa, principalmente de produtos de limpeza e itens de primeira necessidade, segundo pesquisa da Data Popular.
"A patroa aprende muito com a doméstica, que traz conhecimento sobre produtos e preços. As domésticas indicam e escolhem os produtos que serão comprados pela patroa e serão usados depois por elas", disse a sócia-diretora da Data Popular, Luciana Aguiar.
No caso dos itens de limpeza, segundo ela, a escolha da doméstica considera a qualidade, eficiência e rendimento dos produtos. "Ela [doméstica] escolhe os produtos que trazem mais resultado, eficiência e que irão facilitar o seu trabalho."
A pesquisa mostrou que a doméstica também traz para o universo da patroa novos hábitos de consumo. "Elas compram em canais alternativos, como nos carros que anunciam na rua, e misturam produtos. Parte desses hábitos acaba sendo incorporada."
Segundo Aguiar, as domésticas também auxiliam seus empregadores a comprar produtos de primeira necessidade, como arroz e feijão. "Elas têm um olho muito bom para preço: sabem se o produto está caro ou não e onde estão as melhores promoções."
Troca
Ao mesmo tempo em que introduz novos hábitos na casa da patroa, a doméstica também traz para o seu dia-a-dia uma parte do padrão de consumo das classes mais altas. "Essa assimilação é maior nos itens de higiene e beleza. Elas têm acesso à informações sobre produtos e incorporam em sua cesta novas marcas de xampus, por exemplo", disse Aguiar.
No entanto, de acordo com a pesquisa, o perfil de consumo da doméstica não é idêntico ao da patroa. "Mesmo que ela tivesse uma renda maior, seu padrão de consumo não seria idêntico [ao da patroa], pois tem um gosto próprio", afirmou Aguiar.
Segundo ela, essa diferença de gosto é maior na área de alimentação. "As classes mais altas valorizam a variedade e diferenciação de produtos. A baixa renda quer encher o carrinho."
A pesquisa indicou que as empregadas acham que seus patrões gastam muito com comida e não sabem se alimentar direito. "Elas acham que os empregadores comem pouco e alimentos sem sabor, como produtos lights", afirmou a sócia da Data Popular.
Segundo ela, os varejistas precisam investir em ações de marketing que atinjam patrões e empregadas. "Quem vai comprar e usar são os patrões, mas quem ajuda na escolha são as domésticas. E elas precisam estar informadas para escolher e indicar produtos."
De acordo com a pesquisa, existem cerca de 7 milhões de empregadas domésticas no país. Essa profissão é a atividade mais importante para as mulheres pertencentes às classes C, D e E.
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A relação entre patrão e empregado doméstico ultrapassa os limites da organização do lar. A opinião da doméstica é fundamental na decisão de compra da patroa, principalmente de produtos de limpeza e itens de primeira necessidade, segundo pesquisa da Data Popular.
"A patroa aprende muito com a doméstica, que traz conhecimento sobre produtos e preços. As domésticas indicam e escolhem os produtos que serão comprados pela patroa e serão usados depois por elas", disse a sócia-diretora da Data Popular, Luciana Aguiar.
No caso dos itens de limpeza, segundo ela, a escolha da doméstica considera a qualidade, eficiência e rendimento dos produtos. "Ela [doméstica] escolhe os produtos que trazem mais resultado, eficiência e que irão facilitar o seu trabalho."
A pesquisa mostrou que a doméstica também traz para o universo da patroa novos hábitos de consumo. "Elas compram em canais alternativos, como nos carros que anunciam na rua, e misturam produtos. Parte desses hábitos acaba sendo incorporada."
Segundo Aguiar, as domésticas também auxiliam seus empregadores a comprar produtos de primeira necessidade, como arroz e feijão. "Elas têm um olho muito bom para preço: sabem se o produto está caro ou não e onde estão as melhores promoções."
Troca
Ao mesmo tempo em que introduz novos hábitos na casa da patroa, a doméstica também traz para o seu dia-a-dia uma parte do padrão de consumo das classes mais altas. "Essa assimilação é maior nos itens de higiene e beleza. Elas têm acesso à informações sobre produtos e incorporam em sua cesta novas marcas de xampus, por exemplo", disse Aguiar.
No entanto, de acordo com a pesquisa, o perfil de consumo da doméstica não é idêntico ao da patroa. "Mesmo que ela tivesse uma renda maior, seu padrão de consumo não seria idêntico [ao da patroa], pois tem um gosto próprio", afirmou Aguiar.
Segundo ela, essa diferença de gosto é maior na área de alimentação. "As classes mais altas valorizam a variedade e diferenciação de produtos. A baixa renda quer encher o carrinho."
A pesquisa indicou que as empregadas acham que seus patrões gastam muito com comida e não sabem se alimentar direito. "Elas acham que os empregadores comem pouco e alimentos sem sabor, como produtos lights", afirmou a sócia da Data Popular.
Segundo ela, os varejistas precisam investir em ações de marketing que atinjam patrões e empregadas. "Quem vai comprar e usar são os patrões, mas quem ajuda na escolha são as domésticas. E elas precisam estar informadas para escolher e indicar produtos."
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