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18/11/2005
-
13h53
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
Os efeitos mais significativos sobre a economia mundial, no caso de uma pandemia de gripe aviária, viriam da descoordenação de ações individuais para evitar a contaminação e os prejuízos poderiam chegar a US$ 800 bilhões por ano. A declaração é do economista-chefe para a região da Ásia e do Pacífico do Banco Mundial, Milan Brahmbhatt.
Em comunicado do Banco Mundial, o economista usa como comparação o ocorrido durante a epidemia de Sars (síndrome respiratória aguda grave), que matou mais de 800 pessoas na Ásia Oriental e no Canadá em 2003. Segundo Brahmbhatt, as perdas ocasionadas por conta da Sars chegaram a cerca de 2% do PIB regional da Ásia no segundo trimestre de 2003.
"Note que 2% do PIB global representaria algo próximo de US$ 800 bilhões em um ano, e é justo supor que o choque imediato durante uma epidemia pode ser ainda maior e mais duradouro que no caso da Sars", afirma.
Durante a epidemia de Sars, as pessoas tentaram evitar a contaminação minimizando os contatos pessoais, lembra o economista do banco. "Isso resultou em um sério choque de demanda nos setores de serviços, como turismo, transporte de massa, vendas no varejo, hotéis e restaurantes, além de causar faltas ao trabalho, queda de produção e mudanças para procedimentos mais caros."
A falta de informação sobre as formas de contágio, sintomas e modos de prevenção também pode gerar reações exageradas por parte da população mundial para se proteger, como no caso da Sars, destaca Brahmbhatt.
O grande número de pessoas que se poderia esperar em caso de uma pandemia ocasionaria uma "considerável perda da produção mundial devido à redução do tamanho e da produtividade da força de trabalho mundial", além da elevação dos custos com hospitalização e tratamentos médicos.
Ele diz que, nos EUA, uma pandemia poderia levar a morte de até 200 mil mortes e 700 mil hospitalizações. As perdas associadas poderia ficar entre US$ 100 e US$ 200 bilhões só nos EUA. Se estendido aos países desenvolvidos, as perdas poderiam chegar a US$ 550 bilhões.
"As perdas mundiais seriam sem dúvida maiores, devido ao impacto sobre os países em desenvolvimento", afirma Brahmbhatt, que lembra que ainda é preciso levar em conta custos com vacinas para aves infectadas, contratação de trabalhadores para limpeza, vigilância, transportes, ressarcimento de produtores de aves que tiverem seus animais sacrificados.
"Embora esses pagamentos estejam na natureza das transferências de pagamentos, isso pode significar um fardo fiscal significativo para os governos."
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a luta pelo combate da gripe aviária nos países do sul da Ásia vai custar ao menos US$ 102 milhões nos próximos dois ou três anos.
Seguradoras
Para as seguradoras, a doença causaria também um enorme prejuízo. A agência de classificação de risco Standard & Poor's informou em relatório publicado nesta semana que as perdas no setor de seguros podem chegar a US$ 200 bilhões.
"Temos que vigiar de perto a evolução dos eventos. No entanto, por enquanto, não vamos modificar as classificações de risco com as empresas afetadas", segundo o economista-chefe da agência, David Wyss.
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da Folha Online
Os efeitos mais significativos sobre a economia mundial, no caso de uma pandemia de gripe aviária, viriam da descoordenação de ações individuais para evitar a contaminação e os prejuízos poderiam chegar a US$ 800 bilhões por ano. A declaração é do economista-chefe para a região da Ásia e do Pacífico do Banco Mundial, Milan Brahmbhatt.
Em comunicado do Banco Mundial, o economista usa como comparação o ocorrido durante a epidemia de Sars (síndrome respiratória aguda grave), que matou mais de 800 pessoas na Ásia Oriental e no Canadá em 2003. Segundo Brahmbhatt, as perdas ocasionadas por conta da Sars chegaram a cerca de 2% do PIB regional da Ásia no segundo trimestre de 2003.
"Note que 2% do PIB global representaria algo próximo de US$ 800 bilhões em um ano, e é justo supor que o choque imediato durante uma epidemia pode ser ainda maior e mais duradouro que no caso da Sars", afirma.
Durante a epidemia de Sars, as pessoas tentaram evitar a contaminação minimizando os contatos pessoais, lembra o economista do banco. "Isso resultou em um sério choque de demanda nos setores de serviços, como turismo, transporte de massa, vendas no varejo, hotéis e restaurantes, além de causar faltas ao trabalho, queda de produção e mudanças para procedimentos mais caros."
A falta de informação sobre as formas de contágio, sintomas e modos de prevenção também pode gerar reações exageradas por parte da população mundial para se proteger, como no caso da Sars, destaca Brahmbhatt.
O grande número de pessoas que se poderia esperar em caso de uma pandemia ocasionaria uma "considerável perda da produção mundial devido à redução do tamanho e da produtividade da força de trabalho mundial", além da elevação dos custos com hospitalização e tratamentos médicos.
Ele diz que, nos EUA, uma pandemia poderia levar a morte de até 200 mil mortes e 700 mil hospitalizações. As perdas associadas poderia ficar entre US$ 100 e US$ 200 bilhões só nos EUA. Se estendido aos países desenvolvidos, as perdas poderiam chegar a US$ 550 bilhões.
"As perdas mundiais seriam sem dúvida maiores, devido ao impacto sobre os países em desenvolvimento", afirma Brahmbhatt, que lembra que ainda é preciso levar em conta custos com vacinas para aves infectadas, contratação de trabalhadores para limpeza, vigilância, transportes, ressarcimento de produtores de aves que tiverem seus animais sacrificados.
"Embora esses pagamentos estejam na natureza das transferências de pagamentos, isso pode significar um fardo fiscal significativo para os governos."
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), a luta pelo combate da gripe aviária nos países do sul da Ásia vai custar ao menos US$ 102 milhões nos próximos dois ou três anos.
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Para as seguradoras, a doença causaria também um enorme prejuízo. A agência de classificação de risco Standard & Poor's informou em relatório publicado nesta semana que as perdas no setor de seguros podem chegar a US$ 200 bilhões.
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