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28/11/2005 - 10h02

José Alencar diz que juros altos geram desindustrialização

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O vice-presidente José Alencar fez hoje novas críticas à atual política econômica ao afirmar que o processo brasileiro de desindustrialização é provocado pelos juros altos. "A grande razão brasileira da desindustrialização prematura tem sido o regime de juros que tomou conta do Brasil", afirmou ele para uma platéia de empresários e executivos reunidos em seminário patrocinado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Também durante o seminário, o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) divulgou um estudo em que mostra que o país não tem acompanhado as taxas de evolução da indústria e de serviços dos demais países emergentes.

Pelo estudo divulgado pelo Iedi, enquanto a Índia e a Coréia tiveram entre 1990 e 2003 taxas de crescimento da indústria de 6,5% e 7,4%, respectivamente, o Brasil nesse mesmo período teve taxa média de 2%.

O vice-presidente voltou à carga contra a política monetária batendo nos dois pontos de sempre: primeiro, afirmando que manter os juros altos no patamar atual é uma "irresponsabilidade fiscal" porque aumenta o tamanho da dívida pública; segundo porque a atual taxa de juros é muito superior à taxa média de remuneração das atividades produtivas.

Ele afirmou, no entanto, que "o governo é bom, é um governo muito bem intencionado, e está aberto ao debate" e que considera que ainda há tempo para mudar a política monetária.

"Responsabilidade fiscal, eu tenho desde menino. Então, quando eu falo em mudança dessa economia, mudança dessa política monetária, não significa mudança para adotar uma irresponsabilidade fiscal. Eu entendo por responsabilidade fiscal, responsabilidade orçamentária, equilíbrio orçamentário. Nós, então, não estamos praticando responsabilidade fiscal, ao contrário, nós temos administrado uma irresponsabilidade fiscal", afirmou ele para acrescentar que os juros nacionais estão 10 vezes a média internacional.

"Essa é a razão pelo qual eu tenho me batido, e como eu estou habituado a não me desanimar, eu acredito que há tempo para que o Brasil desperte", disse ele.

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