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06/12/2005
-
09h10
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo
Após o IBGE ter apontado na semana passada recuo de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre do ano, governo e mercado reduziram ontem suas previsões para o crescimento da economia neste ano.
O governo Lula, que iniciou 2005 prevendo alta de ao menos 4% do PIB no ano, disse que ele deve ficar em torno de 3%, caso a recuperação neste último trimestre seja consistente. Já a pesquisa semanal do Banco Central com analistas do mercado revelou que a previsão do PIB no ano caiu de 3% para 2,66% em uma semana.
O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, reconheceu ontem que o resultado de 2005 não será dos melhores. "Há uma expectativa de que o último trimestre aponte para uma recuperação e que a gente possa fechar o ano alguma coisa acima ou em torno de 3% de alta do PIB."
"De novo, a grande notícia é uma série contínua de crescimento, mesmo que o número em si não seja um número que possa nos maravilhar", afirmou Wagner, no Planalto, em intervalo de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a equipe econômica pela manhã.
O resultado ruim do PIB é um revés para as pretensões eleitorais de Lula, que deve disputar a reeleição em 2006. Depois de subir apenas 0,5% em 2003 e de alcançar 4,9% em 2004, a média do PIB nos três primeiros anos do petista deve ficar em 2,7%, pouco acima dos 2,2% da era Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Empenhos e liberações
Wagner, coordenador político do governo, anunciou que o governo decidiu liberar R$ 2,1 bilhões a mais neste final de ano, dos quais R$ 1,1 bilhão são de emendas parlamentares. Os deputados e senadores queriam a liberação de R$ 1,6 bilhão.
Depois da polêmica do final do mês passado sobre a liberação de recursos, que provocou um choque público entre os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil), Wagner disse ontem que a média é "bastante razoável".
"Na média, a gente não pode reclamar. O ministro Paulo Bernardo [Planejamento] apresentou que nós estamos com 87% empenhados [autorização de gastos em relação ao previsto]. Temos mais um mês, numa média bastante razoável. Evidentemente você pode ter um ou outro ministério que não esteja exatamente nesta média, mas creio que fechamos o ano com o empenho completo", disse.
Apesar do empenho de 87%, muito desse dinheiro já foi liberado, mas ainda não foi efetivamente gasto. No início de novembro, sobravam no caixa do governo R$ 8,8 bilhões já liberados para investimentos, mas que ainda não tinham sido gastos. O valor representava 56% do limite autorizado para gastos de investimentos na Esplanada. Wagner disse que é normal uma discrepância entre o autorizado e o já gasto.
Ontem, em seu programa semanal de rádio, o presidente Lula voltou a defender a política econômica, depois de, nas últimas semanas, ter admitido a possibilidade de "consertá-la" e "ajustá-la". Lula falou num modelo "sério" e "responsável". No "Café com o Presidente", Lula tratou basicamente de políticas sociais e de distribuição de renda. Disse que seus opositores "podem criticar à vontade", mas que o rumo de suas ações não será alterado.
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EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo
Após o IBGE ter apontado na semana passada recuo de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre do ano, governo e mercado reduziram ontem suas previsões para o crescimento da economia neste ano.
O governo Lula, que iniciou 2005 prevendo alta de ao menos 4% do PIB no ano, disse que ele deve ficar em torno de 3%, caso a recuperação neste último trimestre seja consistente. Já a pesquisa semanal do Banco Central com analistas do mercado revelou que a previsão do PIB no ano caiu de 3% para 2,66% em uma semana.
O ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, reconheceu ontem que o resultado de 2005 não será dos melhores. "Há uma expectativa de que o último trimestre aponte para uma recuperação e que a gente possa fechar o ano alguma coisa acima ou em torno de 3% de alta do PIB."
"De novo, a grande notícia é uma série contínua de crescimento, mesmo que o número em si não seja um número que possa nos maravilhar", afirmou Wagner, no Planalto, em intervalo de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a equipe econômica pela manhã.
O resultado ruim do PIB é um revés para as pretensões eleitorais de Lula, que deve disputar a reeleição em 2006. Depois de subir apenas 0,5% em 2003 e de alcançar 4,9% em 2004, a média do PIB nos três primeiros anos do petista deve ficar em 2,7%, pouco acima dos 2,2% da era Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Empenhos e liberações
Wagner, coordenador político do governo, anunciou que o governo decidiu liberar R$ 2,1 bilhões a mais neste final de ano, dos quais R$ 1,1 bilhão são de emendas parlamentares. Os deputados e senadores queriam a liberação de R$ 1,6 bilhão.
Depois da polêmica do final do mês passado sobre a liberação de recursos, que provocou um choque público entre os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil), Wagner disse ontem que a média é "bastante razoável".
"Na média, a gente não pode reclamar. O ministro Paulo Bernardo [Planejamento] apresentou que nós estamos com 87% empenhados [autorização de gastos em relação ao previsto]. Temos mais um mês, numa média bastante razoável. Evidentemente você pode ter um ou outro ministério que não esteja exatamente nesta média, mas creio que fechamos o ano com o empenho completo", disse.
Apesar do empenho de 87%, muito desse dinheiro já foi liberado, mas ainda não foi efetivamente gasto. No início de novembro, sobravam no caixa do governo R$ 8,8 bilhões já liberados para investimentos, mas que ainda não tinham sido gastos. O valor representava 56% do limite autorizado para gastos de investimentos na Esplanada. Wagner disse que é normal uma discrepância entre o autorizado e o já gasto.
Ontem, em seu programa semanal de rádio, o presidente Lula voltou a defender a política econômica, depois de, nas últimas semanas, ter admitido a possibilidade de "consertá-la" e "ajustá-la". Lula falou num modelo "sério" e "responsável". No "Café com o Presidente", Lula tratou basicamente de políticas sociais e de distribuição de renda. Disse que seus opositores "podem criticar à vontade", mas que o rumo de suas ações não será alterado.
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