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06/12/2005
-
10h28
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
Menos de uma semana depois da divulgação de que a economia brasileira encolheu 1,2% no terceiro trimestre, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que a instituição não é "insensível" ao resultado.
O BC tem sido alvo de críticas desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) caiu no período julho-setembro, quando o BC manteve as taxas de juros altas apesar de sinais de deflação no atacado e da desaceleração da economia. Para os críticos, o BC só pensa em combater inflação e esquece que suas medidas podem gerar desemprego e redução de investimentos.
"Também não quer dizer que a política monetária implementada pelo Banco Central seja insensível ao que acontece com o nível de atividade", se defendeu Meirelles, durante seminário realizado na própria sede do BC, em Brasília.
O presidente do banco admitiu que o combate à inflação tem exigido "sacrifícios maiores do que o previsto", como maior inflação e menor crescimento.
Após a queda do PIB no terceiro trimestre, analistas de mercado revisaram suas projeções de crescimento econômico para este ano de 3% para 2,66%. Além disso, a inflação deve ficar acima da meta de 5,1% neste ano, de acordo com o próprio Meirelles. Ele citou a projeção dos analistas de mercado que, em média, apostam em um IPCA (índice de inflação que serve de base para as metas) de 5,6% em 2005.
No entanto, Meirelles defendeu que o combate à inflação deva continuar para assegurar a credibilidade. 'Não é possível que a convergência para a trajetória de meta esteja sendo sempre postergada em nome dos custos inerentes ao processo de desinflação. Não há mágicas. Os custos sempre aparecem', afirmou.
Ele também avalia que o BC agiu corretamente ao não acatar as sugestões para elevar o objetivo da inflação para 2005.
'Ter calibrado a política monetária de forma mais leniente lá atrás teria significado ultrapassar até mesmo esses objetivos mais altos, não só pelo efeito direto de maior expansão da demanda devido às condições monetárias mais frouxas mas, além disso, porque os agentes privados teriam sido mais pessimistas em relação à inflação e teriam ajustado para cima as expectativas', disse.
Meirelles concluiu que os custos do processo de controle da inflação já foram absorvidos pela sociedade. 'Não faz sentido jogar fora todo o esforço implementado exatamente no momento em que o controle da inflação apresenta bons resultados.'
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Meirelles diz que BC não é "insensível" à queda do PIB
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da Folha Online, em Brasília
Menos de uma semana depois da divulgação de que a economia brasileira encolheu 1,2% no terceiro trimestre, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que a instituição não é "insensível" ao resultado.
O BC tem sido alvo de críticas desde que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) caiu no período julho-setembro, quando o BC manteve as taxas de juros altas apesar de sinais de deflação no atacado e da desaceleração da economia. Para os críticos, o BC só pensa em combater inflação e esquece que suas medidas podem gerar desemprego e redução de investimentos.
"Também não quer dizer que a política monetária implementada pelo Banco Central seja insensível ao que acontece com o nível de atividade", se defendeu Meirelles, durante seminário realizado na própria sede do BC, em Brasília.
O presidente do banco admitiu que o combate à inflação tem exigido "sacrifícios maiores do que o previsto", como maior inflação e menor crescimento.
Após a queda do PIB no terceiro trimestre, analistas de mercado revisaram suas projeções de crescimento econômico para este ano de 3% para 2,66%. Além disso, a inflação deve ficar acima da meta de 5,1% neste ano, de acordo com o próprio Meirelles. Ele citou a projeção dos analistas de mercado que, em média, apostam em um IPCA (índice de inflação que serve de base para as metas) de 5,6% em 2005.
No entanto, Meirelles defendeu que o combate à inflação deva continuar para assegurar a credibilidade. 'Não é possível que a convergência para a trajetória de meta esteja sendo sempre postergada em nome dos custos inerentes ao processo de desinflação. Não há mágicas. Os custos sempre aparecem', afirmou.
Ele também avalia que o BC agiu corretamente ao não acatar as sugestões para elevar o objetivo da inflação para 2005.
'Ter calibrado a política monetária de forma mais leniente lá atrás teria significado ultrapassar até mesmo esses objetivos mais altos, não só pelo efeito direto de maior expansão da demanda devido às condições monetárias mais frouxas mas, além disso, porque os agentes privados teriam sido mais pessimistas em relação à inflação e teriam ajustado para cima as expectativas', disse.
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