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09/12/2005
-
16h08
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
A política fiscal do Chile tornou a economia do país mais resistente aos choques econômicos ocorridos nos anos 90, que atingiram as economias do México (em 1994 e 1995), da Rússia (em 1998, que chegou a afetar o Brasil) e a crise da Argentina (em 2001 e 2002), segundo o estudo "Economic Surveys", da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos), publicado em novembro.
A política monetária do país também pode ser gradualmente afrouxada, com a inflação convergindo para a banda de 2% a 4%, estipulada pelo governo.
Durante a "era dourada", a economia chilena registrou um crescimento médio de 7% ao ano, com a renda per capita praticamente dobrando no período. A tendência chilena contrasta com a latino-americana em geral, de estagnação econômica na maior parte dos anos 80.
Hoje, a renda per capita chilena (considerada a paridade com o poder de compra) está em cerca de 40% da média dos países da OCDE e pouco abaixo de 30% em relação à dos EUA.
A economia chilena conseguiu se recuperar do período de desaquecimento econômico que viveu entre 1998 e 2003. O PIB (Produto Interno Bruto, soma de toda a riqueza produzida por um país) do país apresentou crescimento acima de 6% em 2004, apoiado em um crescimento do consumo e, em particular, dos investimentos.
A razão investimento/PIB cresceu cerca de 25% em 2004, maior nível desde 1998 e muito acima da média registrada na chamada "era dourada" da economia chilena, entre 1985 e 1997 (com destaque para o período já nos anos 90, com o governo democrático de Patricio Aylwin), diz o documento.
"Um ambiente externo favorável, em conjunto com políticas macroeconômicas sólidas, também ajudou", diz a OCDE no estudo, que chama a atenção ainda para a alta nos preços do cobre no mercado mundial (o Chile tem algumas das maiores jazidas de cobre do mundo), o bom saldo em conta corrente e o mercado de trabalho, no qual o desemprego vem caindo e os salários estão em alta.
No período de 1998 a 2003, o PIB do país foi diminuindo e, em 2004, chegou a 4,3%. Até 2010, a OCDE estima que a economia chilena deva ir crescendo gradualmente, até os 5%.
Exportações
O Chile vem praticando uma política de redução de tarifas e eliminação de barreiras comerciais desde o início dos anos 70, lembra o estudo, razão tida como a principal para o bom desempenho econômico chileno.
A pauta de exportações do país, no entanto, carece de diversificação, concentrando-se principalmente nas vendas de cobre. "Com o típico crescimento mais lento da demanda internacional por produtos primários do que por outros bens, a expansão potencial orientada para fora pode, portanto, ser restringida no futuro", diz a OCDE.
O Chile tem tratados de livre-comércio com os EUA e a União Européia e está em estágio avançado de negociações com a China, a Índia e o Japão. "O benefício dos tratados pode ser pequeno, no entanto, uma vez que a economia chilena já é bastante aberta", acrescenta o estudo.
Fonte: OECD Economic Surveys: Chile/ 2005
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Chile
Economia do Chile se tornou mais resistente a choques, diz OCDE
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da Folha Online
A política fiscal do Chile tornou a economia do país mais resistente aos choques econômicos ocorridos nos anos 90, que atingiram as economias do México (em 1994 e 1995), da Rússia (em 1998, que chegou a afetar o Brasil) e a crise da Argentina (em 2001 e 2002), segundo o estudo "Economic Surveys", da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos), publicado em novembro.
A política monetária do país também pode ser gradualmente afrouxada, com a inflação convergindo para a banda de 2% a 4%, estipulada pelo governo.
Durante a "era dourada", a economia chilena registrou um crescimento médio de 7% ao ano, com a renda per capita praticamente dobrando no período. A tendência chilena contrasta com a latino-americana em geral, de estagnação econômica na maior parte dos anos 80.
Hoje, a renda per capita chilena (considerada a paridade com o poder de compra) está em cerca de 40% da média dos países da OCDE e pouco abaixo de 30% em relação à dos EUA.
A economia chilena conseguiu se recuperar do período de desaquecimento econômico que viveu entre 1998 e 2003. O PIB (Produto Interno Bruto, soma de toda a riqueza produzida por um país) do país apresentou crescimento acima de 6% em 2004, apoiado em um crescimento do consumo e, em particular, dos investimentos.
A razão investimento/PIB cresceu cerca de 25% em 2004, maior nível desde 1998 e muito acima da média registrada na chamada "era dourada" da economia chilena, entre 1985 e 1997 (com destaque para o período já nos anos 90, com o governo democrático de Patricio Aylwin), diz o documento.
"Um ambiente externo favorável, em conjunto com políticas macroeconômicas sólidas, também ajudou", diz a OCDE no estudo, que chama a atenção ainda para a alta nos preços do cobre no mercado mundial (o Chile tem algumas das maiores jazidas de cobre do mundo), o bom saldo em conta corrente e o mercado de trabalho, no qual o desemprego vem caindo e os salários estão em alta.
No período de 1998 a 2003, o PIB do país foi diminuindo e, em 2004, chegou a 4,3%. Até 2010, a OCDE estima que a economia chilena deva ir crescendo gradualmente, até os 5%.
Exportações
O Chile vem praticando uma política de redução de tarifas e eliminação de barreiras comerciais desde o início dos anos 70, lembra o estudo, razão tida como a principal para o bom desempenho econômico chileno.
A pauta de exportações do país, no entanto, carece de diversificação, concentrando-se principalmente nas vendas de cobre. "Com o típico crescimento mais lento da demanda internacional por produtos primários do que por outros bens, a expansão potencial orientada para fora pode, portanto, ser restringida no futuro", diz a OCDE.
O Chile tem tratados de livre-comércio com os EUA e a União Européia e está em estágio avançado de negociações com a China, a Índia e o Japão. "O benefício dos tratados pode ser pequeno, no entanto, uma vez que a economia chilena já é bastante aberta", acrescenta o estudo.
Fonte: OECD Economic Surveys: Chile/ 2005
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