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15/12/2005
-
20h46
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A reviravolta no processo de recuperação judicial da Varig sinaliza o racha entre a Fundação Ruben Berta --que detém 87% do controle da companhia-- e a diretoria da empresa, presidida por Marcelo Bottini. A gota d'água na relação entre os curadores da Fundação e Bottini teria sido a assinatura do contrato de venda do controle da Varig para o Grupo Docas, do empresário Nelson Tanure.
A venda do controle da holding FRB-Par para Tanure foi divulgada na segunda-feira. Mas os curadores começaram a discutir o negócio no dia 7 com o Grupo Docas sem avisar Bottini. Enquanto isso, Bottini vinha se reunindo com os credores e negociando a criação de quatro fundos de participação para prolongar a sobrevivência da Varig.
Ele queria aprovar o plano dos fundos --uma espécie de transformação de créditos em ações-- na assembléia de credores marcada para segunda-feira. O argumento é que a rejeição do plano levaria a Varig à falência. Depois da aprovação, a Varig continuaria procurando um investidor interessado em comprar a companhia.
Bottini foi informado no fim de semana sobre a proposta de Docas. Mesmo sem gostar, ele aprovou inicialmente o plano, pois previa o depósito inicial de US$ 11,2 milhões --a primeira das dez parcelas anuais do contrato de US$ 112 milhões.
No entanto, ele descobriu na segunda-feira que o depósito não foi efetuado na conta da Varig. O pagamento teria sido efetuado com um cheque pré-datado para o dia 19 --data da assembléia. O cheque só poderia ser descontado após a aprovação do plano de recuperação, que seria desenhado pelo Grupo Docas.
Descontente, ele teria se juntado ao grupo de oposição à Fundação, que começou a pensar numa forma de tirar os curadores do controle. A Fundação, por sua vez, cogitou demitir Bottini, mas achou que a repercussão seria negativa.
Procurado pela reportagem, Bottini não quis comentar o caso. A Fundação também não se pronunciou sobre a disputa interna.
Mas executivos da Varig e dos credores, entretanto, disseram que a negociação com o Grupo Docas teria azedado as relações entre as partes.
Com boa reputação no Tribunal de Justiça, Bottini foi mantido à frente da Varig, apesar do afastamento da Fundação do controle da companhia aérea.
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A reviravolta no processo de recuperação judicial da Varig sinaliza o racha entre a Fundação Ruben Berta --que detém 87% do controle da companhia-- e a diretoria da empresa, presidida por Marcelo Bottini. A gota d'água na relação entre os curadores da Fundação e Bottini teria sido a assinatura do contrato de venda do controle da Varig para o Grupo Docas, do empresário Nelson Tanure.
A venda do controle da holding FRB-Par para Tanure foi divulgada na segunda-feira. Mas os curadores começaram a discutir o negócio no dia 7 com o Grupo Docas sem avisar Bottini. Enquanto isso, Bottini vinha se reunindo com os credores e negociando a criação de quatro fundos de participação para prolongar a sobrevivência da Varig.
Ele queria aprovar o plano dos fundos --uma espécie de transformação de créditos em ações-- na assembléia de credores marcada para segunda-feira. O argumento é que a rejeição do plano levaria a Varig à falência. Depois da aprovação, a Varig continuaria procurando um investidor interessado em comprar a companhia.
Bottini foi informado no fim de semana sobre a proposta de Docas. Mesmo sem gostar, ele aprovou inicialmente o plano, pois previa o depósito inicial de US$ 11,2 milhões --a primeira das dez parcelas anuais do contrato de US$ 112 milhões.
No entanto, ele descobriu na segunda-feira que o depósito não foi efetuado na conta da Varig. O pagamento teria sido efetuado com um cheque pré-datado para o dia 19 --data da assembléia. O cheque só poderia ser descontado após a aprovação do plano de recuperação, que seria desenhado pelo Grupo Docas.
Descontente, ele teria se juntado ao grupo de oposição à Fundação, que começou a pensar numa forma de tirar os curadores do controle. A Fundação, por sua vez, cogitou demitir Bottini, mas achou que a repercussão seria negativa.
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