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18/01/2006 - 12h44

Bolsa de Tóquio fecha mais cedo devido a excesso de ordens de venda

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VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online

A Bolsa de Tóquio fechou nesta quarta-feira 20 minutos mais cedo --primeira vez nos 57 anos de história da Bolsa de Tóquio em que os negócios encerraram antes do horário-- por não conseguir lidar com a enxurrada de ordens de venda nos papéis do setor de tecnologia, principalmente devido à investigação criminal sobre a empresa de internet Livedoor.

Durante o dia, a Bolsa de Tóquio havia dado avisos de que iria interromper as negociações se o sistema chegasse ao limite de sua capacidade, 4 milhões de transações. Uma hora antes do fim dos negócios, a Bolsa informou que o número de transações estava em 3,5 milhões e que os negócios seriam encerrados 20 minutos antes --às 14h40 (3h40 em Brasília). O horário de fechamento estava previsto para 15h (4h em Brasília).

O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou em queda de 2,9%, com 15.341 pontos --uma perda de 464 pontos, maior para um único dia desde 10 de maio de 2004. Ontem a Bolsa já havia registrado perda de 2,8%.

"Pedimos profundas desculpas pelo problema que isso deve ter causado a todos os envolvidos", dizia um comunicado da Bolsa de Tóquio enviado por fax a diversas mesas de negociação no país.

Promotores e a polícia fizeram uma batida na sede da empresa, em Tóquio, na segunda-feira devido a uma suspeita de "contabilidade criativa"-- o diário japonês "Yomiuri Shimbun" divulgou que a empresa seria suspeita de ocultar um déficit de 1 bilhão de ienes (US$ 8,703 milhões) em seus resultados do ano fiscal encerrado em setembro de 2004.

A Livedoor é chefiada pelo "geek" --termo usado para designar viciados em tecnologia-- Takafumi Horie, 33, que tem status de celebridade no Japão: já tentou (sem sucesso) comprar um conglomerado de mídia do país e um time de baseball, além de aparecer freqüentemente em canais de TV japoneses.

Horie nega práticas ilegais da empresa. As autoridades não comentaram a notícia do "Yomiuri Shimbun".

O caso da Livedoor foi o estopim para a disparada de vendas de papéis no setor de tecnologia, que já havia se ressentido dos resultados pouco animadores da Intel. O princípio de pânico na Bolsa japonesa, com um segundo dia de vendas de papéis, levou a uma enxurrada de ordens de venda, forçando o fechamento antecipado do pregão.

Confiança

A confiança na Bolsa de Tóquio foi abalada devido a uma série de problemas nos últimos meses. O presidente da Bolsa de Tóquio, Takuo Tsurushima, apresentou sua demissão no mês passado após um caso de erro de informática durante o pregão.

Além dele, o responsável pelos sistemas de informática da Bolsa, Sadao Yoshino, e o diretor-geral de mercado, Tomio Amano, também se demitiram.

No dia 8 do mês passado, os técnicos da Bolsa de Tóquio não conseguiram detectar e impedir uma operação errônea efetuada por um operador da Mizuho Securities. O operador se enganou em uma operação da empresa J-Com: ao invés de colocar uma ação da empresa a 610 mil ienes (US$ 5.219), ele colocou 610 mil ações da empresa à venda por 1 iene (US$ 0,0085) cada. A empresa dispunha de 14.500 ações para venda. O erro custou à Mizuho Securities um prejuízo de mais de US$ 340 milhões.

No dia 1º de novembro já havia ocorrido uma falha no sistema dos computadores da Bolsa, que causou uma interrupção das negociações por mais de quatro horas.

O premiê japonês, Junichiro Koizumi, disse que o fenômeno ocorrido na Bolsa de Tóquio hoje foi "temporário" e que a economia do país continua "comprometida com a via da recuperação".

Com agências internacionais

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