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18/01/2006 - 21h36

Copom mantém conservadorismo e reduz juros para 17,25% ao ano

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve o conservadorismo e decidiu hoje reduzir a taxa básica da economia, a Selic, em 0,75 ponto percentual, de 18% para 17,25% ao ano --menor patamar em 13 meses. Apesar do conservadorismo, foi o maior corte no juro desde dezembro de 2003, quando a Selic caiu um ponto percentual, de 17,50% para 16,50% ao ano.

A redução de hoje, embora maior, já era esperada pela maioria dos analistas do mercado financeiro, por conta do desaquecimento na indústria e da inflação sob controle.

Além disso, como as reuniões do Comitê não ocorrerão mais mensalmente -- mas a cada 45 dias, em média-- o processo de redução dos juros ficaria muito lento se fosse mantido o ritmo de corte de 0,5 ponto dos meses anteriores.

Ou seja, com dois cortes de 0,75 ponto percentual na taxa (um em janeiro e outro em março) os juros devem chegar nos mesmos 16,5% no final do trimestre, exatamente o mesmo patamar caso as reuniões ainda fossem mensais e os cortes de 0,5 ponto, como acontecia até o ano passado.

O Copom retomou o movimento de queda da taxa básica em setembro de 2005, após um ciclo de alta que durou nove meses. O primeiro corte, em setembro, foi de 0,25 ponto percentual e os demais, de 0,5 ponto ao mês.



"Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juros básica, o Copom decidiu por unanimidade reduzir a taxa Selic para 17,25% ao ano, sem viés, e acompanhar atentamente a evolução do cenário prospectivo para a inflação até sua próxima reunião para então definir os próximos passos na estratégia de política monetária implementada desde setembro de 2005", diz nota do BC divulgada após a reunião de hoje, que durou mais de 4,5 horas.

Inflação

Nem a divulgação da inflação medida pelo IGP-10 (Índice Geral de Preços -10), que foi de 0,84% em janeiro --maior patamar desde abril do ano passado--, alterou a perspectiva de que a Selic continuará em queda.

Na última pesquisa feita pelo BC com analistas, a previsão era de um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,58% neste ano. O governo trabalha com uma meta de 4,5%.

O IPCA é o indicador usado pelo governo para as metas de inflação, que neste ano é de 4,5%, com uma margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Além das previsões estarem próximas da meta, outro fator que contribui para a redução dos juros é a desaceleração do nível de atividade da indústria.

A produção industrial brasileira registrou alta de 0,6% em novembro na comparação com outubro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As previsões, no entanto, indicavam uma expansão entre 1% e 1,5%.

Já segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o índice que mede a utilização da capacidade instalada foi de 80,8% (dado dessazonalizado) em outubro, abaixo do registrado no mesmo mês de 2004 (83,2%). Esse indicador mostra que a indústria tem capacidade de aumentar a produção no curto prazo sem causar inflação.

A recuperação econômica pode provocar um reajuste nos preços por parte da indústria, o que trará inflação. Essa pressão pode ser maior se a indústria não for capaz de atender toda a demanda.

O Copom divulga na quinta-feira da próxima semana a ata da reunião ocorrida ontem e hoje.

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