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27/01/2006
-
16h14
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
As negociações sobre liberalização das relações comerciais globais permaneceram travadas após reunião ministerial realizada nesta sexta-feira em Davos (Suíça), durante o Fórum Econômico Mundial.
O encontro ministerial, que contou ainda com a participação do diretor da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, durou 90 minutos, mas tratou principalmente em questões de agenda dos próximos encontros, sem lidar com o obstáculo das tarifas e dos subsídios agrícolas, que emperraram --mais uma vez-- a conclusão da Rodada Doha de negociações, após a reunião ministerial da organização, realizada em dezembro em Hong Kong.
"Até o momento, o que tem sido oferecido não é aceitável", disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "O que está sobre a mesa é insuficiente para desencadear o ciclo virtuoso de que necessitamos."
A organização vai se aproximando do prazo com que se comprometeu para elaborar fórmulas precisas para chegar à eliminação das barreiras comerciais --do lado dos países ricos, no setor agrícola; do lado dos países em desenvolvimento, nos setores de bens industriais e de serviços--, sem, no entanto, ter chegado a nenhum resultado material.
As negociações da Rodada Doha --lançadas em 2001 em Doha, capital do Qatar-- entraram em colapso em 2003, após a reunião de Cancún (México), e desde então pouco se avançou.
O comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, disse que se encontrou separadamente com Amorim, mas não chegaram a um entendimento.
"Perguntei a ele se haverá uma oferta. Não estamos pedindo uma nova oferta, mas uma primeira oferta, e nenhuma estava sobre a mesa hoje", disse.
Amorim, por sua vez, lembrou que o Brasil já fez uma oferta sobre o mercado brasileiro de bens e serviços. "Já fizemos uma proposta. Ficaremos bastante felizes de equiparar qualquer oferta que os europeus, por exemplo, fizerem na agricultura em termos de acesso a mercados."
Questionado sobre a possibilidade de a OMC conseguir cumprir a meta de apresentar uma proposta de eliminação de tarifas até abril, Amorim disse: "Vamos tentar".
Abril é visto como o prazo final para se tentar concluir a Rodada Doha. Depois disso a negociação ficará mais difícil, pois a chance de chegar a um acordo será mais remota e em 2007 expira nos EUA o "fast track", ou TPA (Autoridade para Promoção Comercial) --autorização dada ao presidente dos EUA, George W. Bush, pelo Congresso para, durante cinco anos, negociar acordos comerciais. O Congresso pode aprovar ou rejeitar (em um prazo de 90 dias) os acordos feitos por Bush, mas não pode modificar os acordos.
Os ministros das áreas comerciais do Brasil, Japão, da Austrália, Índia, União Européia e dos EUA devem se encontrar novamente em março. Até amanhã (28) os ministros reunidos em Davos devem concluir uma agenda para mais negociações.
"Infelizmente, creio que precisamos acertar datas mais específicas mesmo antes de março", disse o representante comercial dos EUA, Robert Portman.
Com agências internacionais
Especial
Confira a cobertura completa dos fóruns globais de 2006
Ministros evitam tratar de subsídios em negociação comercial em Davos
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da Folha Online
As negociações sobre liberalização das relações comerciais globais permaneceram travadas após reunião ministerial realizada nesta sexta-feira em Davos (Suíça), durante o Fórum Econômico Mundial.
O encontro ministerial, que contou ainda com a participação do diretor da OMC (Organização Mundial do Comércio), Pascal Lamy, durou 90 minutos, mas tratou principalmente em questões de agenda dos próximos encontros, sem lidar com o obstáculo das tarifas e dos subsídios agrícolas, que emperraram --mais uma vez-- a conclusão da Rodada Doha de negociações, após a reunião ministerial da organização, realizada em dezembro em Hong Kong.
"Até o momento, o que tem sido oferecido não é aceitável", disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "O que está sobre a mesa é insuficiente para desencadear o ciclo virtuoso de que necessitamos."
A organização vai se aproximando do prazo com que se comprometeu para elaborar fórmulas precisas para chegar à eliminação das barreiras comerciais --do lado dos países ricos, no setor agrícola; do lado dos países em desenvolvimento, nos setores de bens industriais e de serviços--, sem, no entanto, ter chegado a nenhum resultado material.
As negociações da Rodada Doha --lançadas em 2001 em Doha, capital do Qatar-- entraram em colapso em 2003, após a reunião de Cancún (México), e desde então pouco se avançou.
O comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, disse que se encontrou separadamente com Amorim, mas não chegaram a um entendimento.
"Perguntei a ele se haverá uma oferta. Não estamos pedindo uma nova oferta, mas uma primeira oferta, e nenhuma estava sobre a mesa hoje", disse.
Amorim, por sua vez, lembrou que o Brasil já fez uma oferta sobre o mercado brasileiro de bens e serviços. "Já fizemos uma proposta. Ficaremos bastante felizes de equiparar qualquer oferta que os europeus, por exemplo, fizerem na agricultura em termos de acesso a mercados."
Questionado sobre a possibilidade de a OMC conseguir cumprir a meta de apresentar uma proposta de eliminação de tarifas até abril, Amorim disse: "Vamos tentar".
Abril é visto como o prazo final para se tentar concluir a Rodada Doha. Depois disso a negociação ficará mais difícil, pois a chance de chegar a um acordo será mais remota e em 2007 expira nos EUA o "fast track", ou TPA (Autoridade para Promoção Comercial) --autorização dada ao presidente dos EUA, George W. Bush, pelo Congresso para, durante cinco anos, negociar acordos comerciais. O Congresso pode aprovar ou rejeitar (em um prazo de 90 dias) os acordos feitos por Bush, mas não pode modificar os acordos.
Os ministros das áreas comerciais do Brasil, Japão, da Austrália, Índia, União Européia e dos EUA devem se encontrar novamente em março. Até amanhã (28) os ministros reunidos em Davos devem concluir uma agenda para mais negociações.
"Infelizmente, creio que precisamos acertar datas mais específicas mesmo antes de março", disse o representante comercial dos EUA, Robert Portman.
Com agências internacionais
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